Pela objetiva, se via o jeito que a mulher posava para a foto.
Estava nua, e naquele instante, era do seu agrado mostrar os seios.
Tocava-os com delicadeza, com dedos leves, entretanto firmes,
unhas como garras, vermelho intenso, que lembravam espadas,
sendo fincadas na pele, mas, mantinham-as longe da pele, apenas os dedos
tocavam a pele branca e macia.
nesta objetiva, amiga antiga, se via uma mulher
cheia de desejo, que nunca foi escondido.
Naquele instante tinha o corpo quente,
e fazia do desejo febril, salivas em suas papilas.
Era como mergulhar no antigo.
Comentava entre risos dóceis,
com seus botões, que havia a lembrança de seus seios serem menores,
e ela mesma, com o sorriso aberto, concordava.
Sentia não ser a mesma, e ela mesma discordava.
A única coisa que ela queria, é que não houvesse filtros.
Queria ser lembrada completa de verdades.
Admitiria uma luz, que fosse amarela, talvez.
Luz, lembrava vida.
Ao mesmo tempo, cheia de incertezas, preferia o preto e branco.
Costumava pensar que mostrava mais verdades que as cores.
Aquela lente tinha experiência,
provara de tantas modelos, que em muito eram melhores que ela.
Sentia-se feliz com tudo aquilo.
Uma realização profissional, sempre quis ser fotógrafa.
Um book feito por encomenda, a fim de mostrar, virtudes e defeitos,
de tudo que se podia ver.
No mais, existiam outras virtudes e outros defeitos,
que só enxergaria, quem estivesse por perto, por dentro,
mas esses, eram reservados,
apenas para quem estivesse disposto a enxergar.
Naquele momento, bastaria a imagem.
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