Em cada local, vive a habitar o que predisposto está a viver contribuindo ou não na existência temporária. Invade ou pede licença estabelecendo ali uma morada, sem data certa de partir. No ir e vir, retorna sempre ao local que jurou a si, ser o seu lar. Sentindo-se sempre bem-vindo, repousa o inquilino a carcaça pelo tempo consumida na dor do ser. Empresta-se e serve da essência que registra a infinita limitação de apenas viver a peça que lhe cabe no teatro da vida. Ele cobra a entrada e a saída sempre pela catedral de pé direito elevado que impede a visão real do ensaio geral. O andarilho inquilino da Santa Inquisição doa sem receio, seu tempo e oferece seu medo como oferta à fogueira da vida.