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Poesias-->Eu a amo como uma língua -- 27/12/2001 - 15:05 (Salomão Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É uma lua

que vem tarde para a rua

E traz seus raios verdes

seus raios folhas

E sem ais ou refolhos

traz seus feixes úmidos

E eu a amo com um céu sem brumas



Ela é uma roupa limpa

que sempre acabou de ser lavada

Vem toda escorregadia

secar-se no meu varal

Afundou-se no tonel das tintas

e veio afogueada

nas cores da rebeldia

e com essa estampa ajusta o dia

E eu a amo com meu sol

que cerca de todos os lados



É uma enxada

encabada no melhor guatambu

Sou a terra

e ela enfia seu gume

Depois que ela passa

sou esse ser pronto

E eu a amo com meu rosal

e eu a amo com meu estrume



É uma úmida lontra lisa

A água antes da pele

A água impelida antes do dente

Nunca foi vista

— o que passou

é uma sombra

Morde e não deixa

nos desnudados ossos

o mínimo sinal de escombro

E eu a amo sem a queixa

dos destroços



É uma efígie numa moeda

Pode estar num bolso

e pode estar num cofre

guardada para o instante

de um resgate

E eu a amo

com um revólver em punho

O esmoler com o chapéu

estendido junto aos seus passos



Ela é uma folha de tabaco

melosa em seu cheiro úmido

Antes em seu viço verde

esgalhada sem nenhum betume

E eu a amo

com a dor dos pulmões

Armo o estaleiro

de arrancar-lhe o fumo



Ela é uma bola de cristal

com um sol dentro

Está com o néon de fogo

acendendo os desatinos

Anuncia que a sorte será o dia

e depois anuncia

que a sorte será a noite

E eu a amo com o meu destino



Ela é um cocho cheio de sal

E eu a língua do relâmpago

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