Engenho
Lá, meu pé de laranja ainda está de pé. Sendo mimo ou lima, ainda produz o doce do engenho, na amargura do sertão. Árido ou semi, ainda está lá, meu engenho. Sem moer cana, meu engenho está só com o casarão, outrora cheio de vida, de gente. Hoje, só lembranças no retrato de parede sem rede. Deixei meus sonhos que não couberam na mala que de pequena, não couberam nela, mas os levei na vontade e desejo de realizar o impossível imenso. O engenho ficou de pé esperando a visita de alguém ou de sonhos. Quem chegou primeiro foram os sonhos que não seguiram caminho. Preferiram retornar ao local onde tudo começou porque lá não havia limites a eles que enchiam de vida aquele engenho. Consegui lá no destino chegar, pois vazio de sonhos estava e então vim ao chão, já cansado. Tive que voltar ao engenho para nele recarregar minha vida de sonhos e esperanças de um dia não ter que sair a lugar nenhum, pois sonhos se realizam em qualquer lugar, em qualquer destino, ficando à cargo da determinação. |