Seria injusto deixar esse texto como um comentário, apenas.
porta estava aberta.
Ela entrou.
Tudo escuro.
Foi seguindo devagar, tateando no breu.
Que surpresa seria essa?
Então, acendeu uma luz. A tênue luz de uma lâmpada.
Logo ela se viu. Estava diante do espelho. Atrás dela, apenas a escuridão.
Depois ouviu uma voz: "Feche os olhos". Ela os fechou, reconhecendo a voz imediatamente.
Sentiu que alguém se aproximava por trás dela. E agora começava a massagear seus ombros, levemente, pausadamente. Duas mãos percorrendo a extensão das suas costas, braços, quadril.
Em seguida sentiu os lábios beijando seu pescoço. Beijo após beijo, causando um arrepio em todo o corpo.
Abriu os olhos e viu o rosto do homem desejado no reflexo.
Suas mãos continuavam a explorá-la.
Percebeu que o homem atrás dela estava sem camisa, o dorso nu.
Sentiu-se ainda mais excitada.
E ali, diante daquele espelho, começou a ser despida.
Ali, diante do espelho, eram dois namorados apenas.
Ali, diante do espelho, no meio da escuridão, sem que ninguém os visse, eram apenas os dois.
E bastava para aquele dia.
Mauro Velasco |