Mão que descansa
somente no sétimo dia
mãos que pintam
somente alegria
mãos da nossa magia
Mão de poeta
que circula-nos em redoma
mãos que nos alimenta
que nos fermenta
e faz-nos crescer
mãos do saber
Mão de poeta
que vira e desvia a seta
mão que liberta
mão que atira
uma rosa
na janela do tempo
pedaço de costela
brotou uma donzela
Mão de poeta
que retira as algemas
e lança ao mundo um tema
metáforas e reticências
de uma outra grande mão poeta
mão de Fátima
mão de Maria
mão que faz poesia
Mão de poeta morto
que fora imortaliza
pela essência
e pela alma
outrora esculpida e talhada
num pedaço de alguma madruga
em papel e coração
mão da razão
de poeta emoção
que se esvaiu na poeira
que nunca volveu pó
mão de poeta cantor
em tom menor: dó
mão de poeta ator
que se iludiu
iludindo o mundo
apesar dos Raimundos
mãos de poeta moribundo
que renasceu em prosa
oferecendo-lhe uma rosa