Não imaginava outra coisa, ao passar naquela rua, caminho frequente, ao menos três vezes por semana, a não ser, que estarias de pé, bem ali, a me esperar.
Calcava o pé de leve no freio, pra sentir a sensação de parar o carro, e te esperar abrir a porta, para então fugirmos pra longe do mundo.
Não havia sentimento mais doido, e doído, como já dissemos um dia. Esperar pelo que não chega, ou querer o que não se tem.
Fica então, a nítida sensação, aquela, que apesar de não existir, é quase palpável.
Imaginava naquele instante, infindáveis momentos vividos. Partes de uma vida que me vinham como sopro de vida.
Sempre ouvi, que na vida não somos felizes, somos apenas participantes de momentos de felicidade, e quem for esperto, trate de memoriza-los,
para que, quando faltarem, sejam as lembranças, a melhor companhia.
Ali, embaixo de uma amendoeira, talvez, encontrava esses instantes em você. Dali, partia para concretiza-los, para então, tempos depois, ter o que lembrar.
Ali, era o ponto de partida, das tantas carícias, dos tantos olhares, de corpos atados, enroscados, em busca do êxtase, da realização do desejo que teimava em ficar. |