Oi, Filho!
Dizem que os filhos é que escolhem os pais. E eu quero que assim seja. Porque se me escolheste foi por uma razão importante. Há tantas coisas em nossa vida, tantos olhares com brilho de festa, tantos risos de cumplicidade... tantos colinhos reconfortantes e tantos rolares pelo chão... Tinha vezes, que eu nem sabia direito se tinha você no meu colo, ou se eu é que queria o seu...
A vida foi passando e hoje cresceste mais do que eu, e outro ano se foi à espera de um novo, que será cheio de glórias... Nossa! Como o tempo passa, não? Passou-se o tempo das fraldas e da expressão de receio... E a juventude irrequieta reforçou-te o brilho do olhar. Novos interesses, busca de caminhos... E lá se foram os carrinhos, substituídos pelos eletrônicos que fazem teu universo diante de teus olhos curiosos no desenvolver do trabalho...
E meu coração tanto queria que tua vida fosse apenas brinquedos e alegria, jogos e prazeres... Que, enfim, não crescesses, embora tua forma física se avolumasse a cada dia, tornando-te um pequeno gigante, de quase 1,85m (!!!).
É a vida, eu sei, no seu ritmo incontrolável de seguir adiante. É o mundo em seu giro implacável do “quem não avança fica no caminho”... E eu desejo, filho, que teu rumo seja além do infinito mundo da mesmice, essa que procura somente a conforto de bens materiais e se esquece da essência do sentimento.
Quero-te milionário da maior fortuna que um ser humano pode deter: a consciência de que a vida só floresce no AMOR daquele que deu a própria vida por nós...
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