I N S O N E
È noite!
Uma lua azulada
Na minha janela,
Vertendo ensaios...
Uma solidão de sentinela
Pulsando no leito como raios,
Trincando espelhos de pérolas!
E estrelas ansiosas aljôfando
Sobre a madrugada enfurnada...
Oh, lua...
O que dirás?
Agora não!
No meu leito
Alberga a solidão...
Mas, entra, dispa-se!
Arranca-me o desejo
Á meia-noite, em pleno rito,
Nua, sem cerimônia...
E, nos afagos do azul infinito,
Beija-me ao léu da minha insônia!
Que dos teus seios nus, sinto,
Os perfumes de renovados aromas!
Mas, se a noite tece caminhos...
A solidão me serve o vinho!
E, entre um porre e outro,
Fujo com a lua a galope...
Nhca
Nov/01
|