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Infanto_Juvenil-->Pererê -- 08/06/2008 - 23:16 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PERERÊ


Não ficamos muito tempo no mato, digo, em casa, sem cachorro. Outra vez, Geraldo apareceu com um bichinho pequenininho. Acho até que era filho do Mingau, pensamos em chamá-lo Mingauzinho. Mas logo percebemos que ele estava mais pra Pererê. Não que fosse preto, era branco como o pai e tinha também as manchas marrons. Nem lhe faltavam patas, tinha as quatro. Mas como o saci, era da pá virada.

Ele corria atrás da gente, abocanhava o calcanhar. Doía. Ou então, pulava feito doido, não deixava ninguém andar.

Comia de tudo. Além da ração, livros, jornais e revistas de montão. Estraçalhava o que encontrava. Até um pé de sapato novo que o Paulo deixou no sofá.

Não era para entrar em casa, mas entrava. Aos saltos, subia a escada. Se ouvisse rojão, então, ia se esconder embaixo do colchão. E nem Cristo o tirava de lá, arrastava-se pelo chão.

Como se vira-lata fosse, andava pelo quarteirão, ia e vinha, fuçava e cheirava. Lembrando da carrocinha, passamos a chave no portão. Essa não, dizia mamãe, chega de tirar cachorro do xilindró. Mas dava dó, ele latia e grunhia, até o focinho na grade prendia. E tremia.

Em certa ocasião, um cachorrão ali de perto latia. Pererê se agitava e do outro lado respondia. Pensamos em provocação. Mas não. Desesperado, ele pulava na perna da gente e corria lá pra frente. O outro, na calçada, o rabo abanava.

Um dia, pra ver no que dava, abrimos o portão. Pererê, todo contente, não se fez de rogado, caiu fora imediatamente. Olhou pra seu igual e deve ter feito um sinal. Juntos, rumaram pra esquina e sumiram na escuridão.

Todas as noites, às sete em ponto, lá estava o amigão. Aberto o portão, iam-se os dois pra farra, atrás das cadelinhas de plantão.


Beatriz Cruz


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