Não me chame de mulher!
Chame-me de flor... querida...
delicadezas da vida...
Não me fale o que quiser!
Sim, quero o que você quer.
Mas tem que ser com jeitinho:
passe a mão nos meus pelinhos
como quem toca uma flor.
Beije-me seja onde for
mas me beije com carinho.
Numa gostosa arapuca
quero que você adentre:
deite aqui... cheire o meu vente...
com suas mãos beije minha nuca
até eu ficar maluca.
Quero que faça o seu ninho
entre os meus seios quentinhos
com seu bico de canário...
Ou então, seja o contrário:
quero ser seu passarinho.
Depois me abrace por trás
com seus pêlos nos meus pêlos...
Se enrosque nos meus cabelos...
Ou me abrace um pouco mais
pela frente - tanto faz! -
E, ao dizer o que quiser,
que não ouça o que não quer:
beije o céu da minha boca.
Mas só quando eu estiver louca
fale baixinho: "mulher".