Passados
alguns dias, o marido de dona Elaine e pai de Audrey saiu da prisão. Conforme o
esperado, era preciso deixar a poeira baixar, pra não dizer que o namorado da
menina já era há muito tempo bombardeado pelos rumores sobre o que os dois
andavam fazendo e, também por esta razão, a garota e Rafael já não se viam como
antes. Os pais da menina fizeram as pazes e tudo parece estar correndo dentro
da normalidade, embora a mulher, assim como a filha, segundo ela, não estejam
interessados em abrir mão de seu amante bem-dotado, motivo pelo qual marcaram
um encontro, segundo a conversa que teve no intervalo com Audrey naquela manhã.
A escola conversava sobre o ocorrido, bem como sobre as andanças da menina e de
sua mãe com Rafael, mas tudo de forma muito discreta, sem chamar a atenção dos
dois.
Após
a aula, ele vai para casa e almoça. Avisa a mãe que vai demorar para voltar e
que tem um encontro após a academia. Apreensiva sobre alguns boatos que ouviu
na vizinhança e já conhecendo a fama do rapaz com as mulheres, dona Júlia
pergunta a Rafael se isso teria algo a ver com a menina e a mãe, cujo marido a
teria agredido depois de ter supostamente descoberto um adultério da esposa com
Rafael...
-
Não, não, nada a ver. Fica tranquila. – dona Júlia já sabia do encontro de
Rafael com seu pai verdadeiro e andava preocupada com o menino. Fosse como
fosse, tudo parecia estar indo bem, embora não tenha deixado de notar um certo
distanciamento dele com relação ao homem que sempre acreditou ser seu pai
verdadeiro. Ela ainda se pergunta que atitude tomar e também o que teria levado
o homem que concebeu Rafael a tomar tal atitude. Mas, se tratando de quem era,
também não esperava que sua atitude, que só traria consequências às vidas dos
mortais que são, não esperava outra coisa.
O
treino dura em média uma hora e meia e, então, Rafael pega um ônibus até a
região central, onde dona Elaine disse que ele deveria encontrá-la. Não
especificou se Audrey também estaria lá. Seja como for, não é nela que ele
pensa agora, mas em outra colega, recentemente chegada à escola, chamada
Lilian, que já demonstrou algum interesse, independente do namorado estar
sempre por perto, e que parecia já ter ouvido falar da fama do garoto no
colégio, o que significa que, se ele investisse como deveria, logo ela seria
mais uma de suas conquistas.
O
amor, como uma tolice romântica frequentemente cultivada pelas pessoas, há
algum tempo já havia sido completamente descartada por ele. Não apenas a
experiência prática que sua pouca idade já lhe traz, mas, provavelmente, o
sangue de seu pai, o ser, entidade ou o que quer que ele poderia chamar, que
seria o então senhor do inferno, que revelou ser este mundo, parecia tê-lo
purificado de toda e qualquer possibilidade de entregar-se a qualquer tipo de
sentimentalismo humano. Como fazê-lo, pensa ele. Entregar-se a qualquer tipo de
sentimento que o levasse a dependência de seres escravos de suas próprias
emoções seria nada menos que suicídio psicológico. Não por acaso, estes seres
foram chamados por seu progenitor de erros, os mesmos que Deus lançou sob as
águas por ter se arrependido de tê-los criado. Como poderia ser perfeito um ser
que precisou destruir aquilo que havia criado por Se arrepender tê-lo feito e,
com isso, comprovar que errou? E como poderia haver qualquer graça ou formosura
neles uma vez que são feitos à imagem e semelhança deste mesmo Deus? Não
serviriam para outro propósito que não se tornarem instrumentos para que seres
como Rafael se divertissem.
Algo
que se esqueceu de perguntar àquele que, aos poucos, reconhece como seu pai,
subitamente, lhe vem à mente: é obvio que ele não seria o único anjo que teve
um filho recentemente com uma mortal. Haveria outros como ele? Ou irmãos que
ele teria, gerados com outras mulheres? O anjo que ele aprendeu a chamar de
Lúcifer seria o mais poderoso entre eles, seria ele, então, o filho mais forte
destas mortais? Seria interessante saber a respeito, mas não necessariamente
dar prioridade a isto enquanto há mulheres que podem servi-lo e lhe
proporcionar prazer.
Perdido
em seus pensamentos, ele logo chega à região do Brás. Caminhando pela
Piratininga ele vai em direção à Mooca, onde deverá encontrar o endereço dado
por dona Elaine. A lembrança do último encontro com a mulher faz com que ele
logo se excite com o fato de estar para encontrá-la outra vez, esteja a filha
ou não com ela. Provavelmente o encontro diz respeito às consequências do
ocorrido com o marido, o que fez com que seus encontros com Rafael em casa se tornassem
inviáveis. Embora ele admita que se diverte mais possuindo as duas na cama em
que a mulher dorme com o marido, ainda mais estando sua filha incluída no
relacionamento, admite que não é interessante correr riscos.
Ele
encontra o endereço na rua da Mooca. Uma sobreloja, que fica logo acima de uma
oficina. Toca o interfone e aguarda alguns segundos antes de ouvir uma voz que
reconhece como sendo de dona Elaine.
-
Quem é?
-
Oi, é o Rafael. Abre aqui. – a porta se abre. Ele adentra o local, fechando-a
em seguida e subindo as escadas, encontrando o local decorado como uma moradia
alternativa; um sofá de camurça grande, mesa de centro, smart TV, uma cozinha
bem arrumada, levando-o a se indagar que lugar seria aquele e quem moraria ali.
-
Lugar ajeitado, diz o garoto, aproximando-se da mulher e beijando-a
demoradamente enquanto alisa uma de suas nádegas por cima da calça. Quem mora
aqui?
-
Ah, eu aluguei o lugar pra poder me encontrar com você. Felizmente, tenho
dinheiro pra isso e meu corninho me banca quando preciso. Aqui é sossegado, ele
não sabe desse lugar, e posso trazer Audrey também pra você comer nós duas sem
problema.
- Isso
é importante. Aliás, por que a Audrey não veio com você?
-
Dentista. E o namorado anda grudado nela feito sarna desde que os boatos
começaram. A galera toda chamando o moleque de chifrudo, coitado... mas moleque
dessa idade não tem que se envolver com ninguém mesmo, ela tá na idade de
agasalhar todos os pintos que puder, de se divertir, não de ficar andando de
mãozinha dada e tendo relacionamento sério. Tem mais é que meter gaia nesse
idiota mesmo.
- E
eu tenho mais é que ajudar... – ele aperta a nádega de dona Elaine e ela estica
o braço até a virilha de Rafael, apalpando o membro de tamanho colossal, que
passa a crescer tão logo ele sente sua mão o acariciando. Sentindo a ansiedade
crescer, ela não faz cerimônia alguma e se ajoelha diante do rapaz, abrindo-lhe
a calça e abaixando-a tão rápido quanto pode, fazendo com que sua tora, agora
solta, atinja seu rosto, o que faz com que ambos riam. Então, ela toma o
gigante nas mãos e o abocanha com vontade, passando a saboreá-lo enquanto
Rafael acaricia seu cabelo. Não conseguindo se conter ele a coloca de pé,
abaixando a calça da amante e colocando-a debruçada sobre o balcão, passando a
penetrá-la por trás. O pensamento de tirarem toda a roupa passa rapidamente
pelas cabeças de ambos, mas, como se aquela foda improvisada e selvagem os
agradasse mais do que tudo, decidem prosseguir. Ele se abaixa sobre ela,
socando com força, velocidade e sem qualquer pudor, enquanto a mulher geme, diz
palavras sem sentido, insulta o marido traído com os piores nomes possíveis e
Rafael, sem conseguir se conter, inunda o ventre de Dona Elaine com seu leite,
levando-a à loucura quando sente o prazer abundante dele se derramar dentro
dela.
Vagarosamente,
ele se retira de dentro da mulher, que sente o esperma escorrer de sua fenda,
escancarada pelo amante bem-dotado, e descer por suas pernas. Ambos tornam a se
vestir, recuperando o fôlego enquanto conversam:
-
Essas trepadas de improviso são ótimas. Quando eu chegar em casa vou falar pra
Audrey que eu devia ter marcado o dentista dela outro dia. Se ela estivesse
aqui também...
-
Adoro comer a Audrey, mas também é bom ficar em separado com vocês. E gostei do
lugar, juro que eu moraria aqui se pudesse.
-
Bom... talvez você possa considerar o assunto. Eu não ia ter problema nenhum em
cuidar de você.
Rafael
sorri. Ele pensa no elo com a mãe e o pai adotivo, de quem parece se afastar
cada vez mais desde que descobriu sua verdadeira origem, a possibilidade de
morar só e de ter dona Elaine, a filha e outras amantes em potencial à sua
disposição, além de ter suas contas pagas pela mulher... como se novamente o
sangue do demônio começasse a falar mais alto, as possibilidades começam a
passar por sua mente... e ele já se pergunta como falaria com a mãe.