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Cronicas-->PROFANAÇÃO -- 08/07/2001 - 22:43 (odoricoaffonsofilho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Cronicas DO COTIDIANO



PROFANAÇÃO

TINO



A realidade termina aqui. Aqui mesmo começa a fantasia, a imaginação, a ficção.
A ficção pode também se transformar em realidade?
É estrada de mão dupla!
O que tenho para lhes narrar, é uma estória lida há alguns anos e que hoje, pór acaso, vi acontecer...

Centro antigo desta Cidade, dita Maravilhosa. De um lado, o Cais Pharoux, ponto de atracação das barcas vindas de Niteroi. Praça XV, que barato! Totalmente remodelada. Pistas de rolamento pór cima, pór baixo, passagens para pedestres, acabaram-se os congestionamentos. A estátua de D.João VI, em comemoração a sua chegada ao Brasil. Mais adiante, o Paço da Cidade, construído pór Gomes Freire de Andrade e inaugurado em 1743, como residência dos vice-reis. Teve ainda a denominação de Paço Real e em 1808, de Paço Imperial. Após a Proclamação da República, foi sede da Departamento de Correios e Telégrafos. O prédio foi remodelado em 1985.
Pelo outro lado da cidade em direção a Praça Mauá, a Rua Primeiro de Março, com suas imponentes igrejas externamente sujas e empoeiradas. Nas portas, os pedintes profissionais, a murmurarem: - Pór favor! Uma esmola! - Deus lhe pague!
Não fosse o sinal existente no cruzamento da Av. Presidente Vargas, o trànsito fluiria melhor. A Rua Buenos Aires, tão estreita ainda, como as demais ruas do centro do Rio no início do século. A Rua do Rosário, com suas lojas comerciais, casas de pasto, barzinhos, ponto principal de alimentação para quem trabalha nas imediações. O Mercado das Flores. Era minha intenção ir ao Banco do Brasil, lá para as bandas da Praça da República. Pór curiosidade e pela atração do perfume das flores, aí me detive.
- Como funcionaria o Mercado? - Pensei...
- Seria igual ao *mercado livre das prostitutas no calçadão da Praia de Copacabana?
Pura e simples troca ... A entrega pór alguns minutos da beleza física contra um punhado de dinheiro! US$ de preferência.
Situado em área não muito grande, os seus boxes se enfileiravam, lado a lado, como num grande prêmio de fórmula 1. A ornamentação, com suas próprias flores em vasos que se revezavam, e davam um colorido especial ao ambiente. Cada vaso mais bonito do que o outro. O chão molhado e a nuvem de água era espargida qual orvalho. Calor de 38o Como manter tão delicadas criaturinhas neste ambiente infernal? Geladeiras, Sim! Geladeiras reguladas para as flores e revezamento dos vasos.
Num rápido passar de olhos, vi: Rosas vermelhas, brancas, amarelas, chá. Vi violetas, quaresma, amor-perfeito, orquídeas... Interessante! Não me ocorre nunca ter visto rosas azuis ...
Rodando pela área, me detive no Box 7 - Flores do Meu Jardim. Lá dentro, o Sr. Alberto, homem de seus 60 anos, baixo, meio gordo, trabalhava com agilidade e portava um imponente charuto no canto da boca. Não sei precisar que quantidade de charuto estava dentro da boca. Mascava e fumava. Mascava mais do que fumava, como se fora uma goma. Preparava com maestria coroas, arranjos, corbeilles. A cada flor colocada com cuidado, o charuto mudava de posição. Quando a mudança era do seu agrado, piscava forte, retirava o charuto da boca, misturava a saliva com o fumo mascado e lá se ia uma ¨ ostra ¨ gosmenta para qualquer lado em sinal de que o trabalho ia bem...
Do arranjo à corbeille, pelo nascimento, aniversário e presente de amor, à coroa, como última e derradeira homenagem póstuma, sempre a presença significativa da flor.
O trabalho do Sr. Alberto estava prestes a terminar.
Era uma encantadora braçada de rosas chá, entremeadas com rosas amarelas enfaixada pór fita de cetim e papel transparente.
- Olhava o trabalho! Retocava!
- - Não! Não estava legal ainda! Buscava a perfeição.
- - Moço! Era eu que me encontrava na frente do box apreciando o seu trabalho.
- - Então! O que acha?
- - Podia colocar mais rosas amarelas no centro
- Disse-lhe eu.
- - É ! Fica bem melhor...
Enfim, dava pór terminado o trabalho.
Estava realmente lindo o arranjo de rosas. Qualquer gata ficaria muito feliz em receber tal presente!
- Porque as mulheres adoram receber flores como presente?
- Não sei dizer porque cargas d´água. Não sei dizer se pór ¨ simpatia ¨ ou pór intuição, mas a verdade é que o nosso artista deu uma tragada no seu charuto babado, tirou-o da boca e lançou forte baforada do tabaco mau cheiroso em cima das castas rosas!
- - O que é isto? - Porque? Perguntei !
- - É para dar sorte amigo! Muita sorte!!!

Isto não é uma PROFANAÇÃO ?





















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