O fim do dia chega com dois olhos em suas mãos,
Meu suspiro leve dessa hora
Está sobre o muro do tempo...
As estrelas brincam no terreiro do universo,
A terra com seu horizonte é um mar pavoroso!
Ao longe as nuvens vão se desfazendo,
Vão se soltando sobre o trilho da inexistência
Enquanto um céu de chamas rubras
Vem escurecendo tudo, paulatinamente...
O metabolismo terrestre se propaga
Sob o lodo efêmero da existência,
Tudo se relativiza! Somos peixinhos
Do aquário de Deus..... Somos “puros”,
Sua maior obra, sua semelhança.
O fim do dia cai com dois olhos em suas mãos,
A noite, em seu lado mais claro (o obscuro) é um mistério!
Eu debruço sobre os ossos da coragem
Minhas intenções mais nobres,
Mergulho meus olhos surdos
No silêncio imaturo deste lago aéreo.
E tudo é negro...
Tudo é um vazio de tempo sem esperança,
De honra sem honra, de coragem desalmada.
Tudo é um badalar de horas sem sentido,
De um sentido sem sentido!
De paradoxos efervescentes!
De paradoxos em calmaria?!...
Meu cérebro está em chamas!
Estou agora próximo de mim como nunca estive!
Arrepios sobre arrepios, mais e mais arrepios...
Sinto-me prestes a tocar-me sem braços, sem pernas,
Sem olhos, sem boca e sem coração.
(sei que em algum lugar do “inexistente-existente”
existe um Deus a olhar para baixo, a sorrir e a sentir pena
dos sentimentos pobres deste “nobre” filho)
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