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Poesias-->Bate-Estacas -- 17/04/2000 - 00:30 (Luís Sérgio Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BATE-ESTACAS



A cada dia num ponto

qualquer da cidade

a máquina se insinua

sem o menor rubor.



Os tijolos do chão

erguidos um a um

são pedaços dos homens,

e fazem o cerco

onde as construções amadurecem.



As pálidas bocas dos homens

podem dizer de uma trilha

onde vão mirabolando

ruas, pontes, edifícios.



As tantas sílabas

formam paralelepípedos,

asfaltos sobre o pó,

esqueletos de concreto armado

e trazem janelas de vidro,

portas para mais construções,

letreiros para cada inauguração.



As palavras ditas

se misturam na areia, cimento,

pedra, saibro.

As palavras não ditas

se igualam as ditas

e recebem caiação.



As palavras

não ditas também

em silêncio

constroem o país,

ou armam desabamentos

para novas construções.



As palavras

ditas ou não ditas

desabam dos andares mais altos,

se perdem no sobe e desce

dos elevadores de obras.



As palavras não ditas

são às vezes ditas benditas,

e colocadas no horário

das refeições, entre conversas

de peões.

Estas palavras são invisíveis

cascalhos entre faíscas

das pedras de inauguração.



As palavras ditas

poucos escutam,

mas de alguma forma

mas ficam para o futuro

impressas entre as paredes.

São ecos que não explicam.



Pertecem as vozes

dos corpos

que erguem as entranhas

das construções,

unem frios tijolos

e se argamassam.



As palavras benditas

sobrevivem

entre sílabas, e vão formando

novas palavras que nascem

desconhecidas,

mas um dia amadurecem

e vão além, se tornam conhecidas

são escutadas adiante,

libertas do pulsar

do som de Bate-estacas.







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