Leitura da homilia dominical do Menino de engenho, segundo o evangelho Bidiónico
Conhecido pela cidade como o menino que brincava nas áreas de um antigo engenho, onde haviam máquinas que já não mais funcionavam e diferente de outras crianças, não continha sua alegria quando em dia de domingo, sua mãe o liberava das tarefas diárias de casa para enfim, rumo à liberdade, desfrutar das recordações de maquinário antigo sem nunca ao menos ter vivido ou mesmo presenciado como trabalhavam os serviçais do engenho. Para ele, a máquina de moer cana tinha vida, claro só estava envelhecida pela ação do tempo, que aliás ninguém escapa. Mas o menino se encantava só de olhar a roda da moenda parada impregnada de poeira. Era como se o equipamento com ele estivesse falando só pela simples presença. Como tudo na vida, muitas vezes a simples presença já vale mais que qualquer vil metal que tente colocar na mão de alguém. A presença sim, fala muitas vezes pois vem impregnada de lembranças e histórias, o que talvez possa justificar esse gosto esquisito desse menino por engenhos que não funcionam. Isso nos mostra que, não é o simples fato de não mais trabalharem que as coisas ou mesmo as pessoas não possam nos encantar. Mas a presença e o toque, além da história e experiências de vida garantem um certo eufemismo à vida com seus cotidianos amargos e sofridos. A graxa do maquinário ainda impregna a superfície daquilo que um dia colocou o pão na boca de muitas famílias. Mas nem por isso, ocultava o encanto e a magia daquele lugar com ar revelador do passado. Ainda hoje, esse menino se encanta com a simplicidade sem simplificá-las, mormente quando alguns personagens cotidianos vem à tona para tumultuar a paz celestial, eu(Bidião) enalteço ainda mais a beleza que há no simples.
Tive então, o prazer de viver esse menino e por isso empresto a vocês essa liturgia de vida como homilia dominical.
Vão à paz, irmãos!
Por esta leitura do evangelho Bidiónico sejam perdoados todos os pecados!