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Cronicas-->A GATA E O CHARUTINHO -- 11/07/2001 - 18:27 (odoricoaffonsofilho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cronicas DO COTIDIANO


A GATA E OS CHARUTINHOS


TINO



Como qualquer turista, lá estava eu na primeira Capital do Brasil, a velha e linda
Salvador.
Cidade mística e de grande encantamento pela teimosia dos baianos em preservar o
estilo barroco de suas antigas construções. Cidade dos contrastes entre o antigo e o
Moderno.
Lá para o lado do Centro, Farol da Barra, Rio Vermelho, Amaralina, o Teatro Castro Alves, Hotéis Moderníssimo, o Clube Português..
Mercado Modelo, Mercado São Joaquim, igrejas pór todos os lados, o Armazém Deposito de Escravos, hoje restaurante moderno de comidas típicas, o que me vem a mente da Cidade Baixa.
O meu ponto de repouso na cidade. o Hotel Convento do Carmo, velho convento de freiras transformado em hotel de 5 estrelas.
Situado na Ladeira do Pelourinho, local de prostituição e malandragem, é prédio de linhas nobres.
A oportunidade de poder usufruir do ambiente pór alguns dias em Salvador me fez reportar a época do convento das religiosas.
Nas alas da edificação, longos corredores com o piso em tábuas corridas, enumeravam as celas de clausura, uma após outra. As portas pesadonas, rústicas com puxadores e batentes em ferro, trancavam as belas noviças e castas damas. Transformaram assim, as ditas celas em apartamentos luxuosos, mantendo todas as suas características. Paredes sem níveis, janelas estreitas, pisos em tábua corrida e encerados com tal brilho que refletia a beleza íntima das enclausuradas e hoje, das belas hóspedes.
O mobiliário foi mantido. Cama larga e alta com degraus, criado mudo e a ¨converssadeira (peça única com duas cadeiras geminadas). O mais, tudo de um luxuoso apartamento de hotel. Geladeira, ar condicionado, som, tv...
Das janelas do lado leste do convento hotel, vistas para a Cidade Baixa, com predominància para o Pelourinho. A bica central, o calçamento rala- coco, prédios encarquilhados, mulheres charmosas com ar de abandonadas, ditas como mulheres de vida fácil, transavam pela praça. Arruelas com as casas em estilo barroco, umas sem pinturas, pintadas ou repintadas nas corres que iam do rosa choque ao azul, umidade pór toda a parte, xixi escorrendo pelas paredes maltratadas, este o quadro visto das janelas do convento.
Como qualquer visitante, procurei conhecer tudo sobre a cidade...
A viagem pelo Elevador Lacerda (alt.80 metros), ligando a Cidade Alta à Cidade Baixa, dava para visualizar toda a Baia de Todos os Santos, com seus saveiros e embarcações diversas, testemunhas muda da luta com o invasor holandês no Nordeste do Brasil.
A frente do elevador, atentava eu a morena jambo que passava bamboleando os quadris largos. Um toque no meu braço me fez despertar...
- Moço! - Moço! Era o menino mascate, dono do tabuleiro com cigarros e
charutos.
Procurando imitar o sotaque baiano, sotaque cantado, para não denunciar o lado
turista, o garoto sacana não se deixou enganar...
- Moço! O Senhor não é daqui! - Não quer levar de Salvador umas
- lembrancinhas? - Leve uns charutinhos...
Insistente o menino repetiu:
- É barato, leve!
- - Tá bem menino! - Eu levo! - Me dá três charutinhos daqueles ali
- - Não! Disse o jovem mascate.
- - Daqueles não! - Vai levar destes...
- - Porque? Indaguei! - São melhores e mais caros?
- - Mão senhor! - Vai levar destes porque foram feitos em pernas de
- moça bonita!
Não discuti. Peguei a mercadoria e ao chegar ao hotel, contei o fato ao gerente e perguntei o que significava ¨ feito em perna de moça bonita. Sorrindo, o gerente sem procurar me ofender, respondeu:
- A indústria do fumo na Bahia é artezanal. Assim, os charutos produzidos são feitos com as folhas do fumo sendo enroladas nas coxas das moças. feito em pernas de moça bonita¨ foi o marketing usado pelo mascate para lhe provocar...
Desnecessário dizer que voltei para comprar mais charutinhos...

O cheiro do tabaco misturado ao perfume da gata de coxas bronzeadas, dá ao produto fabricado o nome de charutinho.

Loa aos produtos baianos: A GATA E O CHARUTINHO!


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