Porque fostes pelos guetos,
se banhar-te queria em açucena,
muita espuma fina,
a banheira morna,
pedilúvio quente,
enrolar-te de pelúcia,
trocar teu nome
e chamar-te Colombina.
Noite adentro fitar teus olhos,
esquecer a chuva,
pintar teus lábios,
dançar boleros,
vestir-te em plumas,
colar de pérolas
e ajustar-te as luvas.
Alvorada estar em teus braços,
orvalho na pele,
teu hálito seco,
conhecer teu cheiro,
tua melancolia,
se tens manias,
roçar-te os seios.
Hei! Colombina em vida de penúria,
abro-me em falas,
estar contigo quero,
beijar-te no bom-dia,
no ocaso rever-te,
te amar por toda noite,
e no sempre, espero.
AdeGa/96
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