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Poesias-->Senhor do Jardim -- 04/01/2002 - 11:02 (Gustavo Laranjeira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quisera este senhor, estatura apagada, riso frouxo,

Poder estar entre todas a luzes acesas da cidade.

O modelo entortado de seu agir, estende-se pela grama curta,

Do jardim por ele cultivado.

Tudo muito bem arrumado.

Tudo muito deserto.

- Não pise na grama, moleque!

Como se a grama fosse mais importante que um sorriso.

Ele cultiva seu jardim modelo, à fronte de uma casa vazia.

Conversa com suas orquídeas, não responde às simples questões.

As orquídeas não falam.

Interlocutor do vento que sopra avisando, úmido, sobre o temporal.

Os filhos estão em outra pátria, construindo um outro país, sem pais.

Telefonam vez e outra, para dizerem palavras,

Que poderiam muito bem estar gravadas na secretária eletrônica.

Quisera este homem, já à beira da última badalada,

Poder ser como uma criança pura.

Correr em sua grama rainha, soltando gargalhadas sem nexo,

Encontrando a vida como deveria ser.

Sua companheira já é alma livre, há alguns anos.

Livre de toda a repressão que pôde experimentar.

- Pare de gritar, moleque!

Não suporta ouvir os filhos do vizinho exercitarem suas traquinagens.

Como de costume, recolhe-se ao quarto de dormir,

Exatamente às vinte horas e vinte e cinco minutos.

Extremamente cansado.

Aquele cansaço que se tem, quando não se produziu nada.

Quando foi que a vida deixou de florir em seus pensamentos?

Será que foi aos poucos, ou algo muito grave mudou seu rumo?

Quando nós perdemos a inocência, e começamos a construir,

Um castelo negro chamado maturidade.

Não deveria ser esse, o nosso modelo de maturidade.

Não nos interessaria perder, o que há de mais importante,

O que nos faz criar, melhorar e sonhar.

Qual foi a última vez em que ele sonhou?

Não falo sobre os sonhos do sono, não.

Aqueles sonhos mais maravilhosos: com os olhos muito abertos.

Onde planejamos os feitos,

Embalamos os sonos de outrem.

Os sonhos tolos e sinceros das pessoas boas.



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