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cronicas-->4. À REVELIA -- 12/07/2001 - 07:06 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Tudo o que fiz na vida foi à revelia de alguma determinação superior. Meus pais disseram-me que, quando bebê, chorava até para receber o peito, como se não gostasse de que alguém viesse propor-me algo que deveria realizar por mim mesmo. Evidentemente, estou exagerando a precocidade das reações, mas, verdadeiramente, após ter estado bom tempo no Umbral, cheguei à conclusão de que algum fator emotivo deveria haver naquela demonstração inicial de repúdio ou de constrangimento, pois fui levado a acreditar que nasci naquele lar por imposições cármicas, em virtude da necessidade de ser acarinhado por quem me havia fustigado anteriormente.

Eu mesmo nunca cheguei a fazer concessões aos desvios de conduta dos parentes, jamais perdoando sua arrogància, investindo até contra a autoridade do pátrio poder.

Agora sou capaz de reconhecer que estivera o tempo todo errado e que muito pouco progredi nesse encarne eivado de dores e de mágoas.

Mesmo no trabalho, onde os indivíduos não compunham grupo conhecido de espíritos em débito para comigo ou vice-versa, agi sempre muito ressabiado, desconfiando de que estivesse sendo constantemente vigiado. Era o comportamento que deveria eliminar, mas que trouxe de volta para a escuridão da cela em que fui arremessado, para curtir as sensações mais desagradáveis, no temor de que estava sendo explorado por espíritos obsessores, da mesma forma que julgava ter sido pelos patrões.

Mau empregado, quando me vi na condição de empregador, agi de conformidade com as prevenções habituais, de modo que fui injusto inúmeras vezes, acusando os serviçais de desonestos, até que fui assassinado por um que não aturou os maus-tratos.

Até agora não sei por que não fiquei desperto para a vingança, na perseguição, que julgava justa, daquele indivíduo que havia cortado muito cedo o caule de minha vida. Pode ter ocorrido que ele tivesse sentido a minha presença, tão raivosas eram as minhas vibrações, mas juro que jamais me aproximei dele para saber se, realmente, estava conseguindo fazê-lo sofrer, por ter-me tão violentamente arrebatado do convívio dos familiares.

Lamentavelmente, quando pude visitar os da Terra, encontrei-os revoltados ou indiferentes em relação ao assassinato, pois não guardavam boas lembranças do pai, do esposo ou do irmão. Meus pais haviam partido antes de mim, de forma que obtive algum resguardo devido às providências que tomaram para o meu amparo. Para eles, ao que tudo indica, foi proveitosa a encarnação, apesar de minhas reações absolutamente contrárias a que estabelecessem algum vigoroso afeto para comigo. Entretanto, como não eram e não são seres perfeitos, não conseguiram reencontrar-me, depois que ingressei nas fileiras desta organização. Sei apenas que estão pairando em esfera superior à minha, sem qualquer laivo de santidade, embora muito tenham sofrido por causa de minhas impensadas atitudes. Certamente estão aprendendo a perdoar-me integralmente, já que não sinto qualquer vibração maldosa da parte deles. Qualquer dia irei despertar-me para o seu amor e aí iremos encontrar-nos de maneira bem menos infeliz.

Ao contrário do irmãozinho Otávio, estou propendendo para a narração pura e simples, sem qualquer comentário à parte, pois não quero presumir que possa fornecer qualquer elemento elucidativo das características da personalidade, em função das consequências tão ruins para o progresso espiritual. De qualquer jeito, valho-me da oportunidade para incitar os irmãos a que se deixem envolver por aura de felicidade, ao se depararem consigo mesmos, nus em pele, e puderem dizer:

- Não reconheço em mim nenhuma das características destes irmãos que estão a relatar os defeitos. Por certo, tenho vícios e imperfeições oriundas de alguns cacoetes maldosos que deixo transparecer, mas nada tão terrível que irá arremessar-me por tanto tempo nas profundezas do báratro. Sendo assim, espero, ao depositar a alma nas mãos de Deus, ser recebido em festa pelos protetores e demais beneméritos socorristas, que se postarão adequadamente para a desvinculação fluídica em relação ao meu corpo. Não tenho medo do enfrentamento das acusações conscienciais e sei que tudo estou fazendo para superar os enganos interpretativos que me conduziram, um dia, a errar. Sou o que sou e não me arrependo de nada; contudo, não vou afirmar ser perfeito, pois não tenho todos os atributos necessários para isso. Ao contrário, ofereço-me, humildemente, ao esclarecimento que Jesus, através de seus representantes, houver por bem enviar-me, para que melhore e aproveite esta encarnação. Por maiores tenham sido os sofrimentos, por mais agudas tenham sido as incompreensões, por mais veementes tenham sido os adversários para comigo, julgo-me vacinado contra as intempéries do caráter e ponho-me à disposição de todos para o reatamento das amizades perdidas.

Eis o que teria dito a mim mesmo, se tivesse tido ocasião de mais meditar a respeito da vida, em seus aspectos cármicos ou evangélicos (não sei bem formular tais conceituações, mas prometo aprender, para o que estou esforçando-me, conforme tenho a impressão de ter demonstrado através desta manifestação).

O bom médium se encontra muito entusiasmado com os ditados deste grupo. Espero que tenha o mesmo agrado em relação a este pobre sofredor.

Gumercindo.

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