Breve narrativa de um episódio que colocou o movimento Bidiónico em alerta.
Assíduo da paróquia Bidiónica, o poeta por um período de um mês não fora mais visto pelas redondezas da cidade e muito menos pelas quadradezas da paróquia. Padre Bidião estava preocupado e sentindo a falta do discípulo auxiliar dos eventos bidioniónicos, pois antes mesmo do Padre acordar, todos os dias era o poeta quem arrumava o altar-mor da igreja para as missas Bidiónica. Deixava tudo organizado conforme instruções repassada pelo vigário: o pão, o vinho, a mesa, inclusive era ele quem escolhia a leitura evangélica para a homilia do Padre Bidião. A cidade toda ia à paróquia para ver se o Padre tinha notícias do poeta que animava o coro musical dos beatos perdidos e achados bidionicamente. A missa já não era a mesma e não tinha aquele tom de poesia típico das invocações sagradas do evangelho Bidiónico que segundo ele e o Padre Bidião, seria a porta de entrada à Marte, para cada fiel que o trouxesse no sovaco. Até que, certo dia, eis que o telefone da casa paroquial Bidiónica toca e quem atende é a Major Lalá toda já aparelhada para a busca do poeta em plena caatinga sertaneja, com rifles para até tentar tirá-lo (fosse o caso) da boca de onça. O chamado era da casa do Serviço de Assistência dos Poetas Perdidamente Apaixonados. Lalá ao atender, ouve a pergunta se o endereço fornecido pelo poeta embriagado de amor correspondia à verdade e ela responde que sim, o endereço da residência do poeta era a igreja Bidiónica interplanetária. Pois bem, ela foi com o Padre Bidião ao local buscá-lo e lá chegando estava o poeta perdidamente apaixonado em suas memórias de uma viagem que fez ao encontro da madrugada Madalena dos Portais Poéticos Infinitos. Era ela a responsável por deixar o poeta daquele jeito que só as paixões e amores fazem com os que ousam tecnicar poesia. Foram dias de uma entrega total e ininterrupta que o fizeram afastar do evangelho Bidiónico. Lalá olhava assustada pelo estado em que se encontrava o pintor da poesia. Bidião o ajudou a se levantar e todos fizeram a viagem de volta à paróquia Bidiónica. Ao chegar na cidade, a população começou a correr e gritar pelo poeta que mal reconhecia onde estava, devido ao estado atónito que a paixão nele provocava.
Tudo resolvido e de volta à normalidade, eu Bidião celebrei uma missa em intenção ao retorno do fiel paroquiano, inclusive abençoando a união dele com a Madrugada Madalena para que os devotos do evangelho Bidiónico somassem(em vez de sumir) ao apostolado da igreja Bidiónica.