A aridez da existência, culminou com uma forte tempestade de areia, cujos grãos batiam de frente e forte contra a vestimenta do poeta da Terra. O pobre homem já não acreditava nem em suas próprias lágrimas de tanto sertão da qual fazia parte o seu viver. Olhava ao alto e só conseguia ficar atónito diante da claridade solar que impedia sua visão ao menor obstáculo. Não lhe faltavam forças entretanto para continuar persistente, embora todos os auxílios externos que lhe viessem, seriam bem-vindos. Via-se só enfrentando o deserto daquilo que supunha ser vida. A ausência em si, já lhe seriam ferramentas necessárias para enfrentar o holocausto que a vida lhe ofertara. Tantos lugares e a multidão afora pelo portal do mundo, se faziam fora do seu contexto. Propósitos não lhe faltavam, mas a temperatura elevada da terra clamando por água, se apresentava como um balde d´água em seus planos. Ao caminhar, permitiu assumir-lhe o cansaço e exausto, já não tinha forças para orar. Mas sentia que seria o momento do blefe ante a força contrária que esmurrava-lhe a esperança. E então, resolveu dançar sob a tempestade do deserto que fazia seus passos serem mais firmes.