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cronicas-->VIU A LUA HOJE? -- 20/03/2000 - 20:06 (José Cláudio Luiz Nobre) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Viu a lua (hoje)?
José Cláudio Luiz Nobre

Como sempre, o pretexto do pouco tempo toma-me a oportunidade de devanear, agora, e escrever. Escrever. Escrever. Talvez até fosse a oportunidade de externar tudo ou quase tudo do que se passe em mim. Do que vive em mim. Tão profundo e tão intenso que se perde na infinita margem oculta do meu ser.

Mas, muito mais que o pretexto do pouco tempo, toma-me a alegria e a sensação inexplicável de um ser em véspera de lua cheia que já vislumbra a luz desse astro que parece ser parte da sua vida. Um ser que se apaixona ainda mais por tudo na vida, quando a lua vem-lhe anunciar a esperança do amor em todas as suas dimensões e assepções.

O Amor Eros, cheio de fogo e energia. Cheio de vontade. De desejo. De ànimo. Com jeito de quem tem a libido à flor da pele. À luz dos olhos. Ao tom da voz. Aos tímpanos. E se move pelo amor. Mesmo que ainda a se educar para a felicidade relativa da alegria do amor, junto ao prazer que já se tem do amor.

O Amor Fillium, cheio de paz e ternura de um ser que se aproxima, que aconchega, que dá carinho, que não quer nada em troca. Que apenas troca tudo o que tem pelo nada do que se já não tem. O que compreende. Ao próximo e ao mundo. menos a si mesmo. E não o faz pela sua dimensão quase infinda, quase inexplicável, quase intangível, quase... quase... Um amor que nunca mede esforço quando o tema é o próximo, mesmo quando este está distante: na terra, na água, no ar, ou no "ciberespaço" ( nome muito novo, misterioso e estimulante para este amor, até pelo seu perigo de não ser percorrido e percorrer).

O Amor AGAPE - em maiúsculas pelo seu poder - de que não se pode falar por ainda não se tê-lo compreendido na sua inteireza natural, divina, celestial. Amor que se faz tão ausente para muitos, mas que se encontra em tudo o que há de mais belo e de mais feio. Nas coisas naturais da vida. Nas águas cristalinas que já nem se vêem mais. No brilho daquele pirilampo que se guia e orienta aos demais perdidos na escuridão, mesmo sem saber que o faz. Naquela pedra de granizo que adormece na profundeza do mineral e que certamente um dia acordará para e em função da vida; e que, mesmo dormindo já está na vida, fixando a existência ao seu redor, dando materialidade a tudo que se consiste nela e prometendo milhões de horas, dias, meses, anos, séculos para ser entendida na sua dimensão. Que permite a beleza daquela água impar. Fria. Pura. Pleiteada por seres de todas as espécies. Todos os tamanhos. Todas as naturezas. Amor que se faz no ar rarefeito, no pensamento inquieto que percorre quilómentros em frações de segundo à procura daquela pessoa que se fez surgir um dia na vida do outro e que se fez Amiga. Que se fez Irmã. Que se fez Sonho. Que se fez Carinho. Que se fez Luz. E que se apraz entre uma fantasia de um mundo vivido por todos os que ainda não compreendem a grandeza do Mundo e uma possibilidade real da completude (mesmo que em resquício) de AGAPE em si. Amor que se faz em dia de lua e permite ao cérebro ordenar os dedos sobre um teclado e digitar palavras que embora existentes em um mundo codificado, não fariam sentido em outra organização, ou poderiam estar significando outras e mais outras existências do nosso espaço mental e do nosso mundo cientificamente comprovado.

AMOR(es) que permite(m) ao ser, ao falar de si próprio, investir na possibilidade de se fazer amor também. Que permite(m) a este mesmo ser sair do veio do sentido que se quis dar ao texto e voltar a ele novamente sem sequer dar conta do que já está escrito.

Falo desse amor que anunciado pela lua hoje me fez achar um violão e levar para sala de aula, em forma de canção, o recado que se deveria dar aos alunos em cuspe e giz. Que se permitiu falar do mundo sem agredir. Da libido sem se desfazer em atitudes outras que não fossem de vida. Que frisou versos como: "É preciso AMOR pra poder pulsar/ é preciso Paz pra poder sorrir/ é preciso chuva para florir..." ou "todo mundo ama um dia todo mundo chora/ um dia a gente chega e no outro vai embora"... ou.... ou....

Não se quer mais dizer. Não se que mais escrever. Talvez, quem saiba, apenas sentir. Que este momento não pode ir para a História dos homens. Precisa ir para a história do HOMEM.

Mas é preciso escrever. É preciso externar.

É preciso compreender o Mundo e fazer o Mundo comprender a si mesmo.

É preciso dizer sim ao amor enquanto há tempo, enquanto se permite, enquanto se é possível.

Amemos. Amemos. Amemos tudo o que se disse ter amado e um pouco mais do que ainda não se conheceu do amor.

P.S. Escrito em 26-08-99, 23:30
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