Atualmente no Brasil ocorre um mimetismo selvagem que outrora não florescia. O tal mimetismo é um fenômeno que caracteriza a adaptação estética (imagem do corpo) ao meio ambiente ou habitat como é o caso do camaleão.Com relação à selvagem, introduz o conceito no sentido de algo quase que agir instintivamente, ambos relacionam-se com as políticas do corpo evidenciadas no país do samba.
Uns conceitos adotados pela sociedade moderna principalmente pelas camadas mais privilegiadas brasileiras socialmente falando, não por um modismo passageiro, mas sim por um conceito eleito por tais camadas ao vislumbre estético; preconizando uma tendência de popularização das operações plásticas e estéticas em geral no Brasil. Uma prioridade de apreciações ao aparentemente ’’belo’’, está sendo induzida por vários ramos favorecidos que difundem valores pré-determinados de beleza.
Desde os primeiros registros de história ou pré-história, o homem em um simples ato instintivo busca o melhoramento genético igualando-se neste ponto aos animais irracionais, sendo nos mais fortes, mais atraentes e mais espertos uma conseqüência do atrativo involuntário (instintivo). Com base no entendimento da simetria pode-se dizer que se torna uma questão de sobrevivência evolutiva. Porém as pessoas agem de acordo com valores da sociedade (moral/ética), conseguindo manipular o instinto, pelo menos não numa parcela Brasileira.
Conceituando e adicionando um aspecto da idéia anterior, a política social humana prioriza valores, sejam eles pela religião, mitos, modismos, e a própria racionalidade.
Com base na racionalidade, as contestações mentais de valores: certo/errado, verdadeiro/falso; reportam a possibilidade de manipulação do instinto, o que diferenciam os seres humanos de cães, por exemplo.
Há hoje no Brasil uma certa falta de individualidade pessoal em uma parcela da população. A banalização de penitenciarias a escolas, bibliotecas por academias de ginásticas, diminuição da idade penal, progressão avançada, salário mínimo, reforma agrária; exemplificam com facilidade a digressão social de bem comum a todos. Evidenciando que as facilidades de manipulação sociais são quase análogas ao’’ marketing político corporal’’.
O Brasil, sendo do Rio Grande do Sul a Roraima, numa indiscutível preconização de valores retóricos: um misticismo acentuado, apoiado num fraquíssimo desenvolvimento cultural e a ingestão pela globalização dos moldes consumistas mundiais, molda a suscetibilidade das táticas de mercado.
A política de segregação de corpos acentuada no Brasil, formando-se estereótipos característicos do Naturalismo como, por exemplo: ’’ Morreremos todos esbeltos e saudáveis; o cadáver, impávido colosso, sem uma celulite.’’ de Frei Betto. Concluindo-se, a miséria humana não vêm dos carros importados dos futebolistas, nem dos implantes de silicone da classe média e alta, mas sim da visão de quem sabe que àquilo que se vê é uma miséria.
