Velozmente se vão,
entre as horas e as lendas,
segundos preciosos (asas do tempo)...
um peito se comprime,
angustiado e sangrando,
translúcidas lágrimas de sal.
Um mar em fúria,
me atravessa pelos olhos,
aqueles meigos olhos (antes meigos)...
que dantes festejantes,
sorriam em qualquer vazio,
qual este coração que chora.
E então os segundos,
tais horas intermináveis (outras)...
neste corpo agonizante,
ao peso da imensa dor,
nele deixa sinais profundos (dores),
voraz transformação do semblante.
Qual farrapo e tal,
tal jogado fosse por terra,
forças (?), ó! corpo, encontrarias,
para reerguer aos lábios,
ao orgulhoso peito,
alegrias que tragam vibrações outras?
Tempo implacável (justo),
na mesma forma e compasso,
jamais reconhece a pressa,
jamais se torna lento,
e vai fazendo esquecer (no tempo)...
o dorido arranhar das angústias.
Implacável e severo,
transforma o semblante,
justo e caprichoso,
transmuda amargor em alegrias,
e como ontem fosse passado distante,
refaz a vida aos olhos...
[sua magia.
AdeGa/97
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