De cócoras na soleira,
pasmo,
platônico,
achando que era prelúdio,
do prélio,
da conquista,
da paixão derradeira.
Organizando as palavras,
cheiroso,
audacioso,
fazendo muitos esboços,
das falas,
todo pudendo,
se não tem muitas graças.
Assim se foi a puberdade,
em claros,
palpitantes,
nos dias de privação,
sem disfarces,
perturbadas,
horas de ansiedade.
No espelho de adolescente,
adônis,
quase viril,
assim gastou tentando,
palavras,
loas tolas,
se expondo tão carente.
Fossem coisas sem valor,
mas prosseguem,
ardentes,
ensaiando minhas prosas,
e você ainda,
meu tema,
a revelar o meu amor.
AdeGa/96
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