Depois que acordei o tempo era curto, ainda de madrugada eu precisava pegar a estrada para chegar ao local de uma reunião. Enquanto tomava um banho rápido ainda senti fresco na memória o belo sonho que tive naquela noite.Uma moça desconhecida esteve conversado comigo dentro do pensamento enquanto meu corpo dormia.Apesar de nunca tê-la visto, parecíamos íntimos, pela maneira como ela segurou na minha mão era como se fossemos amigos, mas quando no fim do sonho nos beijamos, tive a certeza que éramos mais.
E fui pensando nela no caminho, no brilho dos seus olhos que se confundiam com os faróis iluminado a quase escuridão, fiquei imaginando se eu tivesse um retrato dela no painel e ela sorrindo pra mim estivesse em algum lugar, de verdade, a me esperar, rezando pela minha ida e feliz com a minha volta, com o meu retorno aos seus braços.
A cada curva da estrada eu pensava nos contornos dela, no desenho da sua boca, nas adjacências de seus olhos e nas contigüidades do seu rosto.Na minha parada no posto para abastecer, quando o sol já nascia, fiquei pensando se ela, meu bem, minha vida, ainda não estava dormindo em sua cama quente, agarrada aos travesseiros, envolta num lençol e se não fosse eu a estar em seu sonho, com uma paz no sorriso e com carinho nas mãos, tocando seus cabelos longos e beijando sua testa.Se ela não estava sonhando comigo, seu homem e amigo, montado num cavalo cavalgando a luz da lua rumo ao centro do seu coração.Se ela não estava sonhando comigo, sua eterna paixão, cantando em seus ouvidos uma daquelas músicas que ela gosta, e ela me dizendo com lágrimas nos olhos e um sorriso na boca : “Me ama viajante”.
Depois que parei o carro e fui tomar um café, me imaginei de mãos dadas com ela, nós dois passeando pelos jardins, ela com uma flor no cabelo, um vestido florido, um perfume suave, e no parquinho, nossos dois filhos brincando.
No meu retorno a estrada a serração ainda fina se confundia com a manhã que nascia, e eu vi parada num ponto de ônibus, embaçada , levemente encoberta pela neblina, uma moça parecida com aquela dos meus sonhos, e pelos segundos que demorei entre minha aproximação na estrada e ela lá no ponto do acostamento, fiquei reparando nela como se pudesse transpor dos meus sonhos para a realidade, aquela com quem sonhei a noite toda.
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