Pétalas macias, lábios formosos,
carne maciça, espinheira densa.;
carece crença.
Batalha que lida seres fogosos,
passos miúdos, polegar tão longo,
semblante altivo, coragem no olhar.
Negros olhos.
No corpo esguio, dúvidas vacilam,
seios agudos, morenos cabelos,
nos ombros desnudos.
Palavras ! (?)
Poucas palavras.
Ainda que a vida tropece meus versos,
que invernos lancem folhas ao chão,
mágicas de outono, rugas de verão,
será primavera neste todo, meu tudo,
enorme paixão.
Tempo indomável, veloz passagem,
terrena, pegadas amenas,
pisadas forçadas,
tua pele de pétalas, minha euforia,
tuas melenas.
Quero tocar tua vaidade,
viver tuas noites,
cochilar em teu ventre e lentamente,
em horas eternas,
ficar arranhando tua idade.
Fazer mais desta paixão,
transformá-la numa cela,
donzela dos seios agudos,
e prender-te no infinito,
em que se fez meu coração.
AdeGa/86
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