Se a escuridão dispensa a claridade,
o bufão a vaidade,
também o ocaso foge do alvorecer,
por quê não esqueço você ?
Se o passado não virá no futuro,
os lados não ultrapassam o muro,
e o som ao tambor não se pode devolver,
por quê não esqueço você ?
Se a lágrima não dissipa a saudade,
a serpente não morde a vontade,
e o vento não pode apagar o sol,
por quê não esqueço você ?
Não sinto o calor que me inflama,
não ouço sua voz se me chama,
e na alojada insanidade não esqueço este amor,
por quê não tenho você ?
AdeGa/98
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