Os noticiários desse domingo trazem reportagens com ênfase na reunião do diretório nacional do PT que acontece em Brasília. No Hotel Blue Tree Park será decidido o destino da senadora Heloisa Helena e dos deputados Babá, Luciana e Fontes.
Entre prós e contras a expulsão da senadora e dos demais deputados, na Zero Hora dominical, que dedica três páginas ao tema, há uma matéria que especifica itens que identificam um radical.
Por que eles são radicais.
1. Contrários a aliança com o PL na eleição de Lula.
2. Contrários a nomeação de Henrique Meirelles para presidente do Banco Central.
3. Contrários a emenda constitucional da reforma da previdência apresentada pelo governo.
4. Contrários a ALCA.
5. Contrários ao acordo com o FMI.
6. Consideram a política econômica implementada por Lula igual a do FHC.
Quando leio essa reportagem, como um pacato moderado quase nervoso, me vejo um... Meu Deus! Sou radical.
Analisando-se os itens publicados no jornal e, tão-somente, assim julgarmos o grau de radicalismo de cada pessoa é meio simplista. Incompreensível ideologicamente e no trato da política.
O que devemos reconhecer em cada militante, seja ele de qualquer partido, é a sua postura histórica dentro da instituição. Mesmo que um moderado concorde com a maioria dos pontos citados não o coloca como radical visto que o acúmulo histórico são bem diferenciados. As visões de mundo e concepções políticas não se coadunam. Há um vale ideológico separando-os.
O fato de termos um pensamento crítico às propostas de governo a nossa testa não fica carimbada com o selo de radical.
Haja vista que tenho anseios e preocupações com a maioria dos itens acima, me vejo, no máximo, como dizia um amigo, um radical e inquieto moderado.