Ahh... tão bom seria muita bobeira! Ao menos, mansa seria a vida dos bobos. Os tolos, ficariam com a tolice de acreditar que existe espaço pra eles. De mendicància vivem os tolos pois assumem um papel geralmente higiênico. Aplicariam seus dons de limpeza sem receberem um centavo.
O tolo não. O bobo usufrui de sua mansidão, observa e aguarda a estreia dos fatos. Não gasta energia desnecessária já que não dispõe e talvez isso explique sua longevidade. O bobo abstrai e dá a entender, total demência. Nada altera sua velocidade de pensamento até porque, tem absoluta certeza de que não tem o controle. Salvo, remotamente. Lava as mãos, mas não enxuga. Toma banho e seca na brisa. Caminha pelas ruas numa observància sonolenta. Se for do seu agrado, ainda experimenta o banco do calçadão da praia para degustar uma água de cóco. Gosta do relento sem dar voltas e passeio, só se for pelos pensamentos. É neles que inspira e expira em ato expontànea como se estivesse a dar mergulho no mar para em seguida, emergir. Alcança os peixes mais profundos e com eles, aprende a falar sem nada pronunciar. Então, espalha bolhas de ar simulando um discurso ou uma fala naturalmente falha. Aliás, falha é o que tem de sobra no bobo já que não consegue evitar situações adversas. Por outro lado, aprendeu com os peixinhos a ser mais discreto sem crédito algum na praça, ou melhor, no mar. Vive a sorrir, no entanto as lágrimas que por vezes venham a descer, molham o riso meio que sem graça. A única graça que sente é em inspirar para não pirar.