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Contos-->Orlando, o filho da puta (a saga de Jack, cap 11) -- 12/11/2001 - 10:42 (Flavio Costa Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um belo dia de inverno, o Sol aparecia depois de vários dias chuvosos, Orlando nasce na maternidade de um excelente hospital de São Paulo. Criança mimada ao extremo, filho de um bem sucedido casal, financeiramente falando, mas que não tinham tempo para dedicarem ao filho. Desde cedo a lição que Orlando aprendera era que o dinheiro servia para comprar as pessoas, que sentimentos emotivos eram para os fracos, e que a medida pelo qual ele seria avaliado era o saldo de sua conta bancária.

Inteligente e empreendedor, seguiu a carreira do pai, quando em um determinado momento deu um tremendo desfalque na empresa dele, o que acarretou a morte do próprio pai em um infarto fulminante, mas Orlando saiu-se bem da auditoria pedida pelos irmãos, que ficaram na miséria assim como sua mãe. Um dia um amigo perguntou a Orlando se ele não tinha sentimento de culpa em relação à morte do pai e a situação financeira da família, mas ele respondeu que o mundo era mau, e ele fazia parte do mundo.

Depois de um certo tempo resolveu que para melhorar os negócios deveria casar com alguma mulher da sociedade, e escolheu Mariana. Esta aceitou não porque amasse Orlando, mas porque sua família estava falida e precisavam de alguém rico para poder continuar a vida que sempre tiveram sem precisar trabalhar. Para Orlando o casamento era conveniente, com os contatos da nova família poderia alavancar uma série de negócios lucrativos. A cerimônia teve toda a pompa necessária para introduzir Orlando em um novo mundo, onde dinheiro era para ser gasto em coisas fúteis, em fachadas, mas seu plano era perfeito, ele poderia passar a perna em vários daqueles ricos inúteis e parasitas, logo ele seria o maior entre eles, o mais rico.

Uma vez traçado o plano as coisas estavam bem, a não ser aquele pentelho do cunhado que estava sempre endividado, e cada vez gastava mais e mais, e Orlando tinha que pagar as contas de todos, desde a viajem a Paris da cunhada até as dívidas de jogo do sogro. Mas os negócios que ele fazia em função da nova família davam lucro, mesmo tendo que pagar as despesas de todos. Quanto à antiga família, Orlando soube que sua mãe havia morrido na miséria, apesar de várias vezes esta ter pedido ajuda a Orlando, sempre com a mesma resposta, que o mundo era mau, e que os seus irmãos viviam também na pobreza, mas a família atual gastava demais e ele não poderia assumir mais despesas, e como sempre ele dizia, afinal o mundo é mau.

Tudo corria bem, até que um dia foi procurado por um de seus irmãos, pedindo dinheiro para poder operar seu filho que estava muito mal no hospital, e Orlando respondera que não tinha, e infelizmente o mundo era assim, mau. Seu sobrinho morrera naquele mesmo dia, foi quando logo depois chegara seu cunhado pedindo trezentos mil reais para uma oportunidade maravilhosa de ganhar dinheiro, pedido este prontamente atendido por Orlando, para saber no dia seguinte que esta oportunidade era um jogo de pôquer, e que seu cunhado perdera tudo e um pouco mais, mas esta era sua vida, e afinal o mundo é mau mesmo.

Passado algum tempo, seu melhor amigo juntamente com o cunhado propuseram uma sociedade com Orlando, ele teria que por todo seu dinheiro e mais algum naquele novo negócio, mas eles garantiram que não tinha erro. Era a grande oportunidade de sua vida, o dinheiro ira jorrar como uma cachoeira em sua conta bancária, e a sorte estava lançada. Passados dois meses da implantação do negócio, misteriosamente seu melhor amigo e seu cunhado desapareceram, e Orlando descobriu que com eles desaparecera todo seu dinheiro também. O choque foi fatal, Orlando sentiu a dor no coração, e o infarto foi imediato e fatal.


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Logo após a dor, Orlando encontra Jack, o anjo da morte, que mostra o caminho direto para o inferno, um local totalmente árido, sem água ou comida, muito menos um abrigo para aquele calor terrível. Enquanto ele veria os seus carrascos, na sombra, desperdiçando água e comida, e por mais que ele implorasse, a única resposta para seus pedidos de misericórdia era sempre a mesma resposta, se ele acreditava que o mundo era mau, o inferno com certeza era muito pior.


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