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Cronicas-->Estados Unidos, nunca mais -- 24/12/2018 - 07:46 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estados Unidos, nunca mais

Aroldo Arão de Medeiros

Pinheiro já havia viajado com a irmã para Portugal e também para França, Espanha, Itália e Suíça. Jamais iria para os Estados Unidos porque não gosta desse jeito americano de se considerarem superiores. Além do mais, eles só querem fazer guerras para vender as armas que fabricam, acredita Pinheiro.
Porém Rosinha, a irmã, insistiu tanto que ele foi vencido na intransigência. Principalmente porque não gastariam com hospedagem, afinal duas sobrinhas e uma prima moram lá.
Pegaram o voo para Atlanta e, na conexão em Orlando, perderam a partida do avião. Foi um Deus-nos-acuda para conseguirem outro. Não falam bulhufas de inglês, mas, felizmente, foram bem instruídos pelo serviço de apoio ao passageiro, que designou uma alma brasileira para conduzi-los da melhor maneira possível.
Seguiram em um voo e a sobrinha em outro. Lá, aguardariam por ela no aeroporto. Com a troca de itinerário em Orlando, saltaram na ala de desembarque nacional. A sobrinha, Yama, saltaria na ala internacional. Quando desceram, só restou rezarem para que ela os encontrassem, pois não tinham sequer sinal de celular. Depois de mais de uma hora, viram um sujeito com uma criança parecida com uma das filhas gêmeas do casal. Pinheiro foi em direção a ele e perguntou se a menina se chamava Lúcia. Era ela. Ufa, estavam salvos. O marido de Yama disse que sentou ali próximo porque desconfiou que eram os parentes brasileiros de sua amada.
A viagem teve de tudo: momentos bons, outros mais ou menos e alguns bem ruins.
Pinheiro conheceu, na casa de Yama, um empregado do marido que era de Joinville e recebeu dele uma camisa do octacampeão catarinense. Isto foi bom.
Por outro lado, a visitação ao Legoland Discovery Center Boston não póde ser feita porque não tinham crianças os acompanhando. Isto foi ruim. E também Rosinha passou dois dias com gripe, ficou fraca, acabrunhada, triste.
De uma coisa eles não puderam reclamar, foram bem recebidos em Atalanta pela Yama e pelo Elíseo e também em Boston pela Yami e o marido Osman. Ainda passaram dois dias na casa da prima, Lara e o marido americano Jonathan. Todas as três hospedagens, excelentes.
A casa da Yama estava em reforma e Rosinha sentiu falta de um aparelho de televisão na sala. Pinheiro não conseguiu assistir aos jogos de futebol. Foram criticados pelos parentes:
- Onde já se viu passear nos States e querer ficar em casa vendo televisão!
Yama comprou quatro iPhone para trazer ao Brasil, pois o preço era bem mais barato que aqui. Com falta de sorte, só o do Pinheiro não poderia ser usado no Brasil. A vendedora, apesar de dizer que dispunha do modelo que ele queria, não confiava na fabricante. Não restou alternativa: Pinheiro desembolsou mais 106 dólares para adquirir um modelo superior ao que pretendia.
Estiveram no Museu de Cera e gostaram de todos os personagens, com exceção ao Pelé e Brad Pitt que estão muito diferentes. Receberam explicação de que algumas figuras teriam que ser refeitas, dadas a diferença de semblante e que, aos poucos, o Museu corrigiria. Estranharam também ter a figura de Messi e não a de Maradona. Isto foi mais ou menos.
Pinheiro reparou que a média entre as brasileiras que moram lá é de terem três filhos. Lara fugiu um tiquinho à regra: tem quatro. No carro as crianças revezavam nos berros, choro e algazarra. Isto foi ruim.
Pinheiro comentou que fez um programa de índio, assistindo ao filho da Lara jogar futebol. Viu que as crianças americanas não têm a ginga dos brasileiros, pegam a bola e saem correndo em desatino em direção ao gol adversário, sem tática e sem técnica alguma. Ainda escolheu a criança errada para ver jogar. Enquanto o irmão, acompanhado do pai, fez quatro gols em outro campo, o que ele assistiu fez um, e para piorar foi contra o próprio arco. Isto foi bem ruim.
Uma coisa chamou a atenção do Pinheiro: há Estados onde os carros têm placas somente na frente e em outros, somente atrás. Imaginou a bagunça que seria no Brasil.
Dirigiu o carro da sobrinha, Yama, um Mercedes Benz 515, e ficou feliz da vida. O carro, com sete lugares, tem chave inteligente, porta-malas com abertura no controle e babou quando a sobrinha acionou o massageador no banco do motorista. A suspensão levanta quando chove e o estribo sobe quando o carro começa a andar. Isto foi muito bom. Ficou maravilhado, também, com as casas das sobrinhas, em estilo inglês.
Os manezinhos catarinenses gostaram do passeio a uma fazenda de maçãs. Puderam colher, comer e ainda levar o que quisessem em uma sacola fornecida para tal. Tiraram fotos, colocando o rosto no lugar da cara da ovelha, do cavalo, burro, vaca e cabra. Também havia lago com patos e marrecos e um espantalho gigante feito de feno que, pela beleza, devia atrair e não assustar os pássaros. Isto foi muito bom, também.
Assim como foi bom em Boston, no aquário com pinguins, tartarugas gigantes, peixes enormes e outros, bem pequenos daqueles que se usam em aquários residenciais.
Mas onde se aplica o título, Estados Unidos, nunca mais?
No segundo dia, depois de gastar míseros dólares na loja Um Dólar, que se compara às nossas de 1,99 reais, viajou de Atlanta para Boston. No aeroporto, depois de entrar para o embarque, Pinheiro sentiu falta da bolsa. Voltou ao local onde passou seus pertences e, mesmo com a ajuda de um policial, nada encontrou. Nela estava todo o dinheiro que havia levado. Só não chorou porque sentiu vergonha. Fez como se nada tivesse acontecido, para não prejudicar a alegria de Rosinha.



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