Hilda Mendonça (*)
Li (**) com prazer dois volumes a mim enviados pelo colega de letras Benedito Pereira da Costa. Trata-se dos exemplares "Fibra" e "Bem-querer". Em ambos, a tônica é similar, são
poemas/mensagens, ou poemas/homenagens de A a Z, em que Benedito vai compondo o seu mosaico de loas, críticas às vezes sutis, outras nem tanto, e desfiando preciosidades em que pessoas, fatos do ontem e do hoje se transmutam em poemas.
Poemas curtos, enxutos, que dão o recado pretendido, sem permeios, nus e crus, assim é a arte de Benedito. Diferente, mas o efeito final é bom.
Vezes há em que nos parece que ali se iniciaria um cordel, contudo o autor nos faz deixar de lado as expectativas e põe logo a chave, tranca, como a dizer, a mensagem foi dada, que queres mais?
Tanto em "Fibra" quanto em "Bem-Querer", os poemas ou loas, seguem rigorosamente a ordem alfabética, o que facilita a leitura.
Não são livros para ser devorados de uma só vez. É preciso pausa para processar cada um após a leitura, e, assim, vamos nós, de A a Z, venturosos pela leveza dos textos.
É, sem dúvida, um estilo inovador, cuja leitura nos proporciona momentos de lazer. Benedito também passeia por outros estilos líricos e até se arrisca sonetiando. Enfim, um poeta versátil.
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(*)Hilda Mendonça, Passos (MG), inverno de 2011.
(**) Hilda Mendonça, autora premiada pelo Governo do Distrito Federal, é escritora, professora de Literatura Brasileira e Língua Portugesa, membro da Academia Taguatinguense de Letras, verbete em vários dicionários e enciclopédias contemporâneas, participou de dezenas de antologias.
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