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Poesias-->Tribos 1 -- 09/01/2002 - 10:29 (Rui Werneck de Capistrano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tribos



Os fulô atacaram os haussa.

Num momento do mundo,

o historiador de plantão

registrou o fato.

Chovia? Era noite estrelada

ou tedioso dia?

Napoleão distante dormia?

Que foi na África, se sabe.

Motivos: talvez comida, retaliação,

invasão de território,

provocação de vizinho ou

apenas divertimento.

Os chefes não entraram para a

História, que dirá os guerreiros.

Gritaram slogans de ataque?

Saquearam os despojos?

Estupraram e mataram mulheres?

Riram à roda da fogueira?

Alardearam os malignos feitos?

O tempo encobriu tudo, menos

o breve registro.

E, à roda do seu calor morto,

com palavras dou vida ao evento.

O mundo sempre foi cheio de mongóis,

mouros, mandingo, bérbere (ou bárbaros?),

godos, visigodos, ostrogodos.

Os fatimídias de hoje moram

nas quitinetes de Copacabana.

Os otomanos tomam sorvete

no calçadão da Rua das Flores.

Os capetos jogam baralho

com os viquingues em cassinos

clandestinos. E perdem.

E sobram cholas, vândalos, hunos,

bizantinos em estádios de futebol e

shows de rock.

Nada se perde, nada se cria.

Embolamos anglo com saxões e

temos um império, incas tiram prata

do nariz da Estátua da Liberdade,

muçulmanos brincam de terroristas e

rezam pra matar e pra morrer.

Tudo se transforma em receita de

fazer jornal com fermento de

estranhas ideologias e tempero de sangue.

Tudo servido em porções pautadas

pelo consumo rápido e quente.

A História que coma depois. Frio

ou requentado.

E vomite pras futuras tribos.





Rui Werneck de Capistrano

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