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Poesias-->A pedra esculpida -- 09/01/2002 - 15:42 (Ademir Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ali, toda rude, intocável,

de tempos que o tempo não conta,

na soleira do monte

[que também eras remonta,incólume.



Como fosse o peito de um leão faminto,

a terra, longe dali pulsando,

sofrendo ao sol e na noite repousando,

quando a lua consternada, espia.



E assim que sopra o mar,

sua grandeza rígida não sente dores,

nem prazeres, reservada e fria,

descortês e dócil numa só constante.



Em seu longínquo sob as nuvens,

qualquer folha seca, doce carícia,

um animal abatido - alimento fértil,

e em cada chuva um novo cio.



Eis que a fêmea terra se revela

e faz brotar no ventre das intempéries,

uma gota pura, outra mais e muitas outras,

num dos milagres da criação.



Agora vem, cobrindo a miúda relva,

riscando lentamente o sinuoso solo,

um filho novo da moção divina,

deslizar caprichoso de manso regato.



Na calma que exprime ansiedade,

alegrando o teto da morada dos anjos,

e do monte lançando-se cristalino,

numa leveza sem qualquer importância.



Assim, vai tocando o carinho de amante,

aquela que o tempo manteve imponente,

ora em gesto inerte e frágil,

indefesa, cordata e complacente.



E ali vai esculpindo, paciente,

até que o tempo enxugue o grotão,

quando a pedra, antes descortês e fria,

já tomou a forma de um coração.



AdeGa/96

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