Usina de Letras
Usina de Letras
168 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Absoluto é o silêncio -- 09/01/2002 - 16:09 (Ademir Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ABSOLUTO É O SILÊNCIO

(Cantiga de adormecer)





Era um melancólico violino,

em refinada noite de vigília.



Pensava em coisas que dissestes,

tantas que em si se entresavam,

perdi a linha das frases amenas,

não me senti a esmo, nem tanto,

qual perder a meta, uma falena.



Fui em devaneio ao teu agreste,

que descrevestes em sonolência,

vi reflorir o teu jardim, tão lindo,

com as rosas, cravos e jasmins,

que dizes estar sempre sorrindo.



Era um melancólico violino,

em refinada noite de vigília.



Me contastes tanto de teu mundo,

lembrei-me de um imenso salão,

onde organizastes grandes festas,

recebendo príncipes e princesas

[com muita gala, ou em serestas.



Neste momento tomei-te pelas mãos,

como intruso me sentindo, talvez,

mas cortejei a ti ante aos convivas,

e contigo nos braços fui valsando,

a grande valsa de muitos vivas.



Era um melancólico violino,

em refinada noite de vigília.



Furtivo, visitei teu róseo aposento,

e de como me contastes, assim o vi,

floridas sêdas de babados, rendas,

almofadas soltas, bonecas de pano,

adornado como altar de muitas lendas.



Joguei-me sobre a cama enfeitiçado,

como faria um lacaio servil e cativo,

que se faz destemido, vil e profano,

aos próprios desejos atende lascivo,

quando ausente na tarde, seu amo.



Era um melancólico violino,

em refinada noite de vigília.



Por uma tarde paradisíaca de verão,

longa como a busca que faz o sábio,

até lusco-fusco, caminhando unidos,

reencontrando tuas falas mais belas,

desentranhando-as qual joio do trigo.



Ali estivemos também em repouso,

ao pé do jatobá sob sua copa densa,

entregues ao gozo de quimeras mil,

como se além das farfalhadas lentas,

não houvesse oculto outro céu anil.



Era um melancólico violino,

em refinada noite de vigília.



Certo é que te pusestes descalça,

batendo com teus pés o vau do arroio,

brincavas com o chuvisco cristalino e

[admirando-te dali, da relva, do recosto,

saber quizera sobre o meu desatino.



Sob o véu d’água que fizestes,

abriu-se entre a cascata e o verdor,

vereda linda e uma clareira no limiar,

e entoando os anjos o hino do amor,

conheci o mais extasiante despertar.



Era um melancólico violino,

em refinada noite de vigília.



AdeGa/96

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui