Escolheu o longo das estradas
[e o fim dos mares,
desejoso de atravessar fronteiras,
destruir barreiras
[e chegar.
Colher nas andanças os
[frutos do estranho ímo, e guardar.
Teve tempo de sentar na praça,
barganhar conversa
[da pureza do sabor do mel,
por sob a frouxa da aba do chapéu,
buscar a sapiência da calma do operário.
Cada obstáculo um oráculo
[a destruir o cismo do pessimismo alheio,
com lanças determinadas
[da vontade aguçada,
de quem dobra o não ao meio.
Se põe em pé feito cristais de altar,
empunhando adaga sem bainha,
em defesa que ordena o siso direito,
donde floresçam brados em todos ares,
saindo dos lares
[a tênue voz da venerada rainha.
Também de robustez sua postura,
ante a sorte que propaga a larga vista,
abrindo horizontes e
[erguendo pontes de sabedoria,
desejando destinos quiçá de muitos,
como faz a ânsia dos otimistas.
Ainda caminha escolhidas estradas,
sabendo longe o fim dos mares,
abre as cortinas que vedam fronteiras
[e das barreiras os triunfos a levar,
e que ornarão um dia o grande olimpo,
da ventura de saber chegar.
AdeGa/96
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