*Sento na cadeira*Olho em torno e escavo*Sem picareta nos olhos devasso formas e véus*Viro máquina inteligente e insisto*Ângulos resistentes me tornam ao projeto original*Não sei de verdade quantos passos meu pé deverá dar para atingir aquela porta de ferro além onde não há voz de moradores*Caverna sita algures responderá aos ecos variados e multiformes da insistência*Levanto-me para olhar e o Biblion ainda está intocado sem orelha e folha de rosto*Vozes se ouvirão anônimas na reta da insciência e ruídos prosseguirão em formas de metamorfose remota da vida sem apelos*Emoções clandestinas esfarelam farpas na luminosidade que abre para a praça do Panteon*Folhagens e copas estão de proa levantada para um destino no orco das cobras verdes
*Hipopótamos esperam no rio o banho deglutidor de suas vidas*Bocarras descomunais espantarão transeuntes que temem bichos horripilantes*Cascalhos graníticos pavimentam estradas pisadas por excelências de livros de encadernação dura na mão*Sombras de dinossauros relatam projeções da história na escuridão do cérebro*Bateremos latas e sacudiremos pó na estrada que corrói nossa pele*Poéticos arcos-íris passarão muitas vezes pela nossa vista e nós passaremos pelos arco-íris*Repetidos atravessaremos rios em caudais apaziguados depois de tempestades e ciclones à vista
*No fim da caminhada sentaremos à sombra da faia e entrevistaremos Horácio para que nos fale em hexâmetros sobre a côdea amassada em leite que alimenta nossa vida
*Na caída da tarde as montanhas parirão o ratinho que sempre esperamos.