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Cartas-->O que procuro em mim e em você -- 23/10/2011 - 11:07 (José Ricardo Camargo Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que procuro em mim e em você?




Um dia, depois de ser abandonado pela vida em meio a um deserto,olhar as pessoas da rua e não reconhecer ninguém, chorei.
Era como se estivesse em outro país, e que não soubesse falar aquela língua estranha.
Esperava o tempo passar para ver o que acontecia, mas este tempo não era meu tempo e menos ainda meu lugar.
Alguma coisa tinha de acontecer para mudar minha vida e colocar sentido e objetivo no que fazia e pensava.Lembrei-me que poderia haver alguém entre as pessoas que por mim passavam e eu por elas, que também poderiam estar pensando que a vida era assim mesmo,igual aos meus pensamentos,sentimentos e atitudes.
Me dizia: que vida cruel...num minuto somos importantes para muitos e no outro não somos a areia que roda com a enxurrada que leva nossos sonhos a boca de lobo...Por que isto?
Deprimido por ter feito tanto e não ser acolhido em braços e palavras que poderiam ao menos afirmar:"...você existe e é importante existir...",mas não havia ninguém.
Será que era meu comportamento que estava sendo testado...ou minha consciência a me acusar do que não sei ou não quero saber...ou tinha me resgatado do lodo impressionista que o mundo me apresentava e isso não era real...ou eu era um imbecil que não havia aproveitado o que a vida tinha me dado de melhor ...ou me roubaram esta oportunidade de poder ver isso...
Não tinha resposta nenhuma,pois não buscava resposta, mas meu Eu perdido,dentro de mim,e que não conseguia mais encontrar.
Sentei na calçada e passei a observar aquelas pedras antigas, paralelepípedos, da época que não havia sido descoberto o asfalto, e tentei me colocar no lugar de um deles, escolhido aleatóriamente e tentar sentir o que ele poderia estar sentindo, e fui em frente.
Agora eu me sentia como um paralelepípedo entre tantos num rua qualquer, vendo a vida passar e as pessoas que em mim pisavam e nem sabiam que ali estava,fazendo parte de um todo besta, mas que todo?
Rodas, pés, marteladas, sujeira jogada sobre mim,mas que a chuva e suas águas abençoadas vindo das bençãos dos céus a me lavar e levar embora esta impregnação indesejada.
Mas lá estava, a fazer parte de uma rua...porque?
Poderia eu estar em um lugar sendo admirado como uma obra de arte entre outras peças raras num museu ou praça...mas...será que não estaria sendo desprezado do mesmo jeito?
Talvés meu lugar seja aqui mesmo entre outras tantas pedras, me conformando...
Era assim que me sentia,até que...um esfregão por freada de um pneu acordou me Eu que estava cochilando.
Se esta pedra for retirada vai formar-se um buraco e com isso muitos irão reclamar pelo tranco que irão dar nos pneus,nas pernas que se contorcer,na feiúra que vai ficar esta rua esburacada...vão sentir falta de mim...vão me valorizar pela minha ausência...me procuraram...e aí sim, vão saber quem sou...uma pedra importante...um Paralelepípedo Indispensável...
Bobagem, pura bobagem.
Minha ausência neste esquadro que fui colocado deve servir a algum propósito que desconheço.Não posso simplesmente sair e me aventurar como uma pedra irresponsável só para sentirem falta de mim.Minha consciência pétrea não me perdoaria.
Quer saber de uma coisa simples mas certa,fico aqui mesmo e aproveitarei e verei estas cenas com olhos de observador atento,muito atento,e não apenas mais como uma pedra insignificante entre as mais importantes desta rua.Pois é assim que elas sentem,eu sinto isso e certamente viverei mais que muitos que po aqui passam e me desprezam, desprezando a si por ignorar nossa existência...também insignificante é verdade, mas tendo alguma importância a esta rua e servindo aos que por aqui passam,independemte do que penssam ou sentem por nós,pedras, e verei com olhos que jamais eles poderão ver e servirei a mim deste néctar visual, enquanto não me retirarem deste lugar...
Minha existência já tem outro sentido,Basta saber ver com os olhos de ver e sentir e não apenas com os olhos que achamos qu temos.
Após esta experiência transmutacional, me levantei, por que não sou pedra para ficar parada,isto enquanto quiserem outros, e vou procurar a vida nos olhos das pessoas e não mais no que me falam sem olhar o que falam.
Vou encontrar meu caminho e sei...meu Eu é que estava falando comigo,ele nunca dorme.


José Ricardo
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