Ainda ontem, cá esteve o espírito amigo do Professor Norberto, que deixou transcrita excelente mensagem de caráter pessoal (Momentos de felicidade), a qual deu ensejo a alguns comentários de orientador, o Professor Álvaro.
Sabemos da responsabilidade que temos ao nos apresentarmos perante os mortais, apesar da convicção de que manifestações vão restringir-se a possíveis dois ou três leitores. Mas, como o treinamento visa a públicos mais amplos, somos coagidos a apresentar textos os melhores de que formos capazes.
Sendo assim, mediante as observações do amigo e mentor, Professor Álvaro, o comunicador se viu extremamente compungido, por não ter percebido que estava ferindo alguns preceitos estabelecidos para as transmissões. Poderíamos dizer que se magoou? Absolutamente não, a não ser que tal sentimento se entenda aplicado a si mesmo. De fato, deixou transparecer certa agonia, desejando enfrentar, desde logo, os pontos falhos, para correção imediata. Precisamos correr para atendê-lo.
É preciso que o público saiba que todos os nossos atos estão fundamentados em perspectivas intelecto-sentimentais muito próximas das dos encarnados, com quem costumamos cotejar as reações, para deixar patentes os resquícios de materialidade que estão infiltrados no procedimento puramente moral dos espíritos em fase de expansão evolutiva.
O que sentiu o irmão foi uma dessas decaídas emocionais típicas dos mortais, não tendo sido fácil demovê-lo de negativa atitude, perante a falência apontada pelo instrutor.
Nem sempre atinamos com as reações dos educandos, de forma que a tarefa dos mentores e demais orientadores está constantemente sendo amparada pelo grupo de espíritos a que pertencem pela amplitude das faixas de frequência fluídica. Se a terminologia não tiver sido entendida, vamos simplificar, explicando que as entidades espirituais se agrupam por afinidades, já que se reconhecem pela emissão de ondas de vibração de mesma extensão. É como na Terra, quando as pessoas se sentem atraídas uma à s outras por recíproca simpatia.
Pois bem, o Professor Álvaro, ao término do comentário, precisou socorrer-se dos companheiros para ajuda emergencial ao discípulo agastado. Por sua vez, assim que se retirou para as tarefas próprias da exposição dos resultados das atividades aos parceiros, anotou na agenda a necessidade de melhor adequar as observações à s tendências psíquicas transparentes na análise possível da aura dos alunos.
Parecia-lhe, naquele instante, que falhara em diversos pontos da função. Entretanto, ao contrário da reação angustiada do confrade, pós-se ao alcance das recomendações judiciosas dos colegas, capazes de encaminhar a solução do caso. Não houve necessidade da interferência de nenhum ministro ou mentor mais categorizado, preparando-se o instrutor, convenientemente, para as explicações dos acontecimentos, dentre os quais imaginou que fosse importante executar algum texto deste teor, para levar aos leitores noções do procedimento fundamentado no intelecto, em contraposição ao meramente decorrente das injunções emotivas.
O encarregado desta transmissão é um dos aluninhos, talvez o menos categorizado para explanação tão técnica, ou por isso mesmo, para que pudesse suplantar as deficiências mais evidentes da personalidade.
Eu mesmo não obtive da vida muitos momentos de felicidade, mas consegui superar diversas etapas de muita angústia, como mortes na família, tragédias na cidade, fome, guerra e outros nefastos acontecimentos para o progresso da população. Aqui tive muita sorte, pois soube deduzir que, de tudo o que ocorre, algo pode extrair-se em favor do progresso. Contudo, a maior parte das pessoas se deixa envolver pelos queixumes, não sendo poucos os que inculpam o Pai pela miséria, pelo infortúnio.
Quem disser que não esteve jamais em situação de lamentar a sorte ou está esquecido das vicissitudes (e isso é bênção de Deus), ou está mentindo, para disfarçar o fato de ter caído em desgraça moral perante a própria consciência. Em todo caso, haverá necessidade de se superarem as fases mais desesperadoras dos acontecimentos, através da compreensão de que a vida sempre nos oferece tempo extraordinário para as reflexões. E se perecermos enquanto nos debatemos nas trevas da incompreensão, nas mãos da ignorància? Aí teremos a eternidade para efetuarmos o sopeso de tudo o que nos levou a tal angústia.
Ao contrário da maioria dos companheiros do grupo, após o derradeiro desencarne, não me vi lançado nas trevas exteriores, obtendo, desde logo, alvará para prosseguir auxiliando os familiares. Dei graças a Deus por essa suprema misericórdia, mesmo porque reconhecia em mim inúmeras falhas de comportamento. Mas juntei toda a fé no Senhor à esperança de acertar nas atitudes, orei muito pela recuperação dos amigos e familiares, socorri muitos seres em desespero e, finalmente, fui agraciado com a possibilidade de vir aperfeiçoar-me nesta instituição, onde exerço agora as honrosas funções de estagiário, monitorando os estudos dos que não têm experiência no campo em que me distingui.
Peço perdão por ter-me saído tão mal nesta tarefa e ponho-me à disposição para as referências aos pontos falhos da exposição. Para isto, solicito ao médium e aos leitores (aqueles dois ou três) que me estimulem para as observações que julgarem pertinentes.
Ederaldo.
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