Usina de Letras
Usina de Letras
149 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Textos_Religiosos-->O porquê das coisas! -- 16/03/2009 - 14:15 (Carlos Claudinei Talli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O porquê das coisas
Carlos Claudinei Talli

"O aspirante verdadeiro que embarca na espiritualidade não sentirá dificuldades em permanecer na sua própria religião. Eu tenho discípulos católicos, judeus, protestantes e outros".
Sri Chinmoy


A minha formação religiosa aconteceu dentro do cristianismo, e desde a primeira infância me foi passado um Deus que tinha duas características principais: Poder Incomensurável e Misericórdia Infinita.

No entanto, quando eu tinha uns oito ou nove anos, em um final de semana, como era costume no colégio em que estudei, eu e todos os meus colegas de classe fomos enviados a um retiro espiritual. Pois bem, foram os três mais longos dias da minha, até então, curta existência. Passamos praticamente três noites em claro, pois não conseguíamos dormir, impressionados com o conteúdo das palestras ministradas. Foi-nos impingido que, se não praticássemos o bem, seríamos condenados à danação eterna. E que devíamos lutar com todas as nossas forças para não cair nas tentações do Demônio (1), um ser mau, criado por aquele Deus Poderoso e Misericordioso, que ficava à espreita para se apoderar das nossas almas. Assim, surgiu nas nossas mentes infantis um paradoxo difícil de ser explicado: se Deus era Poder Incomensurável e Misericórdia Infinita, como o cristianismo e todas as demais vertentes religiosas pregavam aos quatro cantos, porque ele condenava alguns seres humanos à danação eterna (Inferno), coisa que nem os piores homens jamais fariam com seus filhos, e porque também não conseguia controlar os atos de um ser que ele próprio criara? Nessas ações de Deus, eu não enxergava nem Poder Incomensurável, muito menos Misericórdia Infinita.

E como na minha cabeça e no meu coração sempre existiu um Deus com todo o Poder do mundo e com aquela Misericórdia que é sinônimo de Amor Incondicional, eu tentei imaginar como seriam as ações de um verdadeiro Deus com essas qualidades. E o meu primeiro livro “A Busca Interior – O Sentido da Vida”, publicado em 2000, e agora esse novo trabalho foram os frutos dessa minha mudança de postura. Assim, a semente que fez germinar essas duas obras foi esse Deus pleno de Poder e de Misericórdia. E o objetivo principal desses dois livros foi compatibilizar essas qualidades desse meu Deus com as suas ações.

E para tentar atingir esse objetivo, já naquele primeiro trabalho eu fazia uma correlação entre Ciência e Espiritualidade. Só que naquela altura, por não dispor de algumas informações sobre a física moderna, mais especificamente sobre a física quântica, eu acreditava que inúmeros fatos impressionantes que acontecem nesse nosso insondável Universo jamais seriam explicados pela Nova Ciência. Entretanto, nesses últimos dez anos, pois aquele trabalho inicial foi totalmente escrito no ano de 1998, algumas novidades aconteceram na minha vida, e foram determinantes para que eu tivesse uma percepção mais abrangente e um pouco diferente sobre esse mesmo tema.

E o que aconteceu de tão importante nesse período que separou essas duas obras?

Durante mais de dois anos, de 2003 a 2005, na minha incessante procura por estados de consciência mais elevados, fiz um curso de meditação Raja Yoga e consegui adquirir um poder de concentração que jamais tivera.

Nas palavras de Sri Chinmoy: “O maior objetivo da meditação é estabelecer nossa união consciente com Deus. Yoga é união. É a união da alma individual com o Eu Supremo. Yoga não é uma religião. Yoga transcende todas as religiões. É algo infinitamente mais profundo do que religião. Yoga é aquilo que nos faz sentir que Deus está dentro de nós, que Deus é nosso e que Deus é por nós. Yoga é a comunhão direta com Deus. É a linguagem de nossa vida espiritual. Se quisermos falar com Deus, comungar com Deus, a linguagem necessária para isso chama-se Yoga. O aspirante verdadeiro que embarca na espiritualidade não sentirá dificuldades em permanecer na sua própria religião. Eu tenho discípulos católicos, judeus, protestantes e outros.”

Assim, um mundo novo de percepções se descortinou à minha frente. Durante esses dois anos de meditações diárias, e ainda hoje as faço com o mesmo resultado extremamente positivo, inúmeras sincronicidades – ou, melhor dizendo, ‘coincidências’ - começaram a acontecer, na minha vida e no meu dia a dia, e se tornaram um verdadeiro farol a iluminar os caminhos que foram seguidos na confecção desta obra. A tal ponto essas ‘coincidências’ influenciaram esse nosso trabalho, tornando-se inclusive um verdadeiro ‘fio de Ariadne’ a ligar todas as suas partes, que quase caí na tentação de substituir os termos sincronicidades ou ‘coincidências’, por ‘revelações’.

Também no ano de 2005, quando já iniciara a feitura deste texto, fiz um curso teórico sobre física quântica, e nele adquiri alguns conhecimentos extremamente importantes que me ajudaram no embasamento desta obra. Entre esses novos conhecimentos destacam-se especialmente a ‘Teoria da Não Localidade Quântica’ e a conseqüente experiência de Jacobo Grinberg Zylberbaum. Essa nova teoria da física moderna foi um verdadeiro achado para mim, pois, na minha percepção, ela explica e dirime boa parte das dúvidas que eu tinha explicitado no meu primeiro livro.

Quase tudo o que é analisado nesse nosso novo trabalho, já o tinha sido no anterior, só que agora, com um embasamento científico muito mais apurado. E essas novidades científicas me descortinaram um Universo ainda mais fantástico, e me deram a certeza de que Ciência e Espiritualidade, por alguns ainda consideradas incompatíveis, são na verdade as duas faces da mesma moeda. Desse modo, surgiu em mim uma total convicção de que a Ciência, a partir do momento em que for difundida por toda a sociedade, fará com que a fé, finalmente, deixe de ser cega. E essa é uma notícia extraordinária para as pessoas que não se conformam com a manipulação de consciências ainda hoje praticada.

Apenas como aperitivo, e para introduzir a ‘Não Localidade Quântica’ na nossa conversa, apreciemos esta belíssima poesia do gênio português Fernando Pessoa:
“Às vezes tenho idéias felizes,
Idéias subitamente felizes, em idéias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...
Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós nesse mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?”

Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)

(1)Mesmo que os ‘Anjos Decaídos’ tenham existido num determinado momento da criação, certamente a Misericórdia Divina já os perdoou e redimiu. As Parábolas ‘Do Filho Pródigo’ e da ‘Ovelha Perdida’ mostram essa disposição eterna da Misericórdia de Deus. Para Ele, não existe rebeldia definitiva. O Perdão e a Misericórdia Divinos sempre falam mais alto.

Observação: este texto é exatamente a Introdução do meu livro ‘Das novas descobertas da física moderna à nossa Alma’, que foi publicado em 2009. Qualquer informação sobre este livro, contactar o autor através da Usina de Letras.





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui