OS HOMENS DE FERRO NO BRASIL
Marcelino Rodriguez
Tiro um dia para dar uma relaxada do meu novo livro, que vai livrar o Brasil para sempre do analfabetismo emocional. Depois dele, teremos novos tempos
de cérebros vivos, gente interessante, instituições de verdade, uma linguagem nova sem chamar ninguém de excelência a não ser que tenha de fato merecimento e seja
alguém da estatura de um Buda, um Jesus, um Platão, um Lao Tsé. Fora isso, será apenas Senhor juiz e Senhor deputado, e já é muito. De preferência, com minúscula, porque Senhor mesmo é o
que está no céu e não tardará, inclusive, a puxar o tapete da "humanidade técnica e fria" mais rápido do que se sonha.
Nunca mais teremos pessoas que se sentem gênios porque repetem sistemas nas cabeças e que vivem fora da realidade, como dizem os gnósticos, fora até mesmo do planeta terra, uma vez que para enxergar a realidade planetária não se pode sendo egoísta.
Só se acreditará naquilo que é real de fato, e não fabricado ou repetido como atualmente. Nesse momento, o Brasil é uma grande mentira
encoberta de engodos de vários matizes, principalmente sobre o que é certo ou errado. Os verdadeiros Tony Estarts do país se encontram espalhados e a maioria não tem as
facilidades econômicas
do herói americano. que dispõe de infinitos recursos tecnológicos e louras e morenas atrás dele dando-lhe suporte e a preciosa. O filme tem tantas mentiras técnicas que humanamente
falando
seriam inviáveis. Mais enfim, é fantasia o filme.
A realidade, porém, não é fantasia sempre. Pouco antes, um menino mirrado me perguntava na bilheteria onde comprava pipoca. Eu disse-lhe que era ali mesmo e me revi, voltando ao
passado, no menino que fui. Todo um filme nostálgico passou em segundos sobre a realidade do tempo que passa e de nós, que passamos por ele com nossas histórias pessoais,
dramas e momentos que só nós temos o chip para recordar. Pela tarde, um amigo tinha me ligado e ainda ingênuo, me sugeria maneiras de divulgar meus livros na nova tecnologia,
como se o "povo do Brasil" contemporâneo , os gênios do Enem e os individualistas miseráveis fossem capaz de ver valor fora do que a propaganda, por castigo, lhes empurra goela .
abaixo. O povo de hoje só enxerga o que a "midia" manda. Perdeu-se a capacidade de ver e ler o outro. Temos milhões de jovens zumbis fabricados pelo sistema.
--- Você ouviu falar do novo livro do Lobão? -- O amigo, ainda pela tarde, muda de assunto quando vê que eu não estou nem um pouco preocupado em "aparecer", Hoje em dia você só aparece quando
"aparece". Ou quando paga a propaganda.
--- Sim, eu vi. "Ensaios Sobre o Nada Na Terra do Nunca". O Lobão á autênico e inteligente naquilo que pode. vale a pena ler.
--- Eu li a entrevista sobre o livro e ele diz que não devemos ficar calados com o emburrecimento do país.
--- Pois é, meu caro, Lobão está há quase uma década falando sozinho. A sorte é que ele já fez um volume bom de pessoas que sabem que ele é o "Lobão", senão ele , se fosse nos
tempos de hoje, estaria desprezado como um maconheiro qualquer. Seria um lunático. Aliás, seria nada. Hoje o desprezo é a lei. Nem o inferno anda querendo essa gente miserável.
Voltando ao filme, estou no banco e um pouco mais o garoto senta ao meu lado no shoping.
-- Quantos anos você tem? -- Pergunto passando a mão em seus cabelos.
-- Treze -- Ele responde meio desconfiado porque lhe fiz um carinho.
-- As terças-feiras é mais barato -- comento com ele mas o deixo quieto porque percebi que ele me vê mais como uma ameaça em potencial
do que como um novo amigo. Não é cupla dele, coitado. Mais adiantem passa um menino gay superproduzido, com brincos e cabelos tipo Neymar. Pensei que estav soznhando mas
era realidade. O menino gay não tinha mais que quatorze anos. Se tinha quatorze. Hojse isso se define logo, sem "crises".
Parece que os tempos mudaram mais do que alguns idiotas da subjetividade, como eu , pensa,
Vamos apoiar o Lobão. Ele é um dos verdadeiros Homens de Ferro que ainda lutam por um Brasil que mais parece um pesadê-lo.
Os verdadeiros Tony Estarts são aqueles que não deixaram de remar contra a maré, que continua crescendo.
NA PRESENÇA DE DEUS,
A BELEZA DO MUNDO
A LECTIO DIVINA
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