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Contos-->Noite clara -- 15/11/2001 - 11:37 (Daniel Guerrini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ele saía e cantava. Sentia as dores de ter feito coisas erradas.

estava se perdoando...

-vamos sair?
-bora...

Compraram dois litros de vinho e foram ver o que as ruas despidas tinham pra lhes oferecer.
andaram, pararam e seguiram. As ruas estavam nuas demais. As pessoas andavam por elas, mas elas continuavam nuas escutando cada sílaba que cantavam.

Por ele, as ruas choravam. Derramavam seus prantos por escutar tantas ousadias e sentir tantos descasos.

Drogas rolavam soltas: papel, fumo... vai saber o que mais. As ruas estavam nuas demais para impedir tudo isso.

Se o asfalto tivesse braço não seriam muitos os com vida. Mas a farinha deixava esquecer tudo isso, punha na cabeça umas maluquices doidas e deixava a vida rolar como se fosse pura encanação.

passos, alturas, sons e imagens. Ele só observava.

No fim pensou, "Assim eu não vivo"...

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