Boto exposta minha face cruel. Este prefácio faz-se extremamente necessário. Muito mais que necessário.
Não inauguro nada. Muito menos um bordel. Mas justifico o desbunde. Viva o desbunde nacional, carnaval, futebol.
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Eu quando bebo não falo,
Eu quando falo não bebo.
Pra ficar louco mais cedo
Bebo logo é no gargalo.
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Como diz malandro, bom malandro não berra. Fui zoeira, zoeira, bem dito no popular, zoeira, zazoeira.
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Klaxon. Anhangá-Bauru. Paris da Broadway e do River Tamisa. Até um pardal sabe que foi Mário de Andrade quem me inventou. Cabo Alceu é um ... etc.
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Em casa quem manja de arte é meu filho. Eu não sei nada. Não sei nem por que eu escrevo. A não ser por necessidade. Como dormir ou sonhar. Talvez como urinar. Eu urino meus versos.
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Tenho comigo que muita teoria, em arte, não funciona. Teoria é aceitável em física, por exemplo, onde há um juiz imparcial que decide tudo. Podem os mais ilustrados e titulados cientistas defenderem teorias e atacarem outras que nada vale se a experiência não validá-las ou refutá-las. Em arte isso já não vale. Depende de gosto e da moda. Às vezes um imbecil renomado inventa que um treco é arte outro monte de imbecis tira-lhe o chapéu.
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Massa escura
Claro escuro tudo claro
Muro tudo escuro massa escura
Claro mais que escuro furo
Quase escuro tudo escuro claro escuro?
Mais que tudo mais que escuro massa escura
Mais que claro quase mais que quase
Quase mais que escuro mais que claro escuro.
Quase tudo.
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Entre cacos de telhas
Entre homens e bichos
De quem eu me escondo?
Entre coxas e seios
Entre vidros e cortes
Para quem eu respondo?
Entre o sagrado e o profano
Entre a seda e o engano
Não sou veia nem sangue.
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18.agosto.1997
Os raios violetas atraíam as mariposas
E o vermelho do teu vestido atraía meu olhar.
Verlaine matava Rimbaud com dois tiros
Certeiros,
Um bem na testa, outro nas costas, traiçoeiramente,
Enquanto pústulas invadiam nosso carnaval com suas
Máscaras de mandarins
E meus neurônios estavam impregnados de substâncias
Tóxicas e alucinógenas.
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Estou pronto para a anarcopoesia. Para o lirismo anárquico.
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Teorema: dadas algumas regras toscas , diversas idéias tolas e qualquer imbecil rimador escreverá pseudopeomas. Jogue fora aas tolas idéias e as regras toscas e você terá troscentas poesias anárquicas. Maravilha amaralina.
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Anhangá-Bauru. Maracangalha. Arlequinal. Sapopemba. Mas como é boa essa secretária! Vem cá, minha nega Fulô. Vrm cá, nega sapeca, vem cá comer moqueca.
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Leia a poesia moderna de Mário de Andrade. E Oswald de Andrade.
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Eu sou posterior ao pós-moderno. Minimalista. Sou pós-pop, pós-moderno, Transnacional. Muito melhor que a cachaça nacional. Além Boundary...