Usina de Letras
Usina de Letras
41 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62247 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10372)

Erótico (13571)

Frases (50643)

Humor (20034)

Infantil (5442)

Infanto Juvenil (4771)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140812)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6199)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->VOCÊ JÁ PERDEU UM GRANDE AMOR? -- 16/02/2002 - 15:05 (denison_obras selecionadas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Paris. 11:43 da manhã.
- Você voltou... meu amado?
- Sim...agora para ficar.
- Você é a falta que dói.
- O que tem feito sem mim todos esses anos?
- Não sei...tenho lhe esquecido... você me dá vontade de amar!
- Você é como mil mulheres!...
- Eu gosto de ser como mil mulheres. Isso me alegra.
- Eu sei disso. Fale sobre nós, minha amada...
- Eu comecei a amá-lo no celeiro, lembra? Depois nas ruínas, e depois nos quartos e em toda parte...Depois você morreu! Eu tinha 18 e você 29.
- Teria sentido frio em Paris se não fosse amada?
- As adegas são frias em Paris...no inverno ou no verão.
- Você gritou, minha amada?
- Gritei! Gritei teu nome. Fui para a adega fria...me punir.
- Teve medo?
- Não sei...as adegas são úmidas, as paredes têm muito salitre...depois não sei mais nada.
- Nada?
- Não, meu homem. Às vezes entra um gato e olha...não é mal.
- Quanto tempo?
- Uma eternidade!
- Às vezes você chora por causa deste amor interrompido?
- Ao longo do Muro.
- Pensa em mim?
- Penso em ti, mas não te tigo!
- Grita isso!
- Penso em ti, mas não te digo!
- Grita, louca!
- PENSO EM TI...
- Tem vergonha?
- Não. Você está morto e eu estou muito ocupada, sofrendo.
- Esqueceu do nosso amor por completo?
- Um dia saí da eternidade. Então voltei a ver...ver o dia, as horas, a morte sua, minha vida, minha vida que continua...a morte sua que continua...
- Como pôde esquecer um amor verdadeiro?
- Horrível! Comecei a não me lembrar mais de você...passaram 14 anos...comecei esquecendo pelos olhos, depois o esquecimento tomou a tua voz, e depois de um ano...você era apenas uma canção.
- Não acredito em você, menina!
- Até das tuas mãos eu não mais me lembro. Lembro um pouco da dor...
- Esta noite?
- Sim...você retorna esta noite e me faz lembrar. Mas um dia não lembrarei mais. De tudo...de nada! Você não está completamente morto. Eu contei a nossa história. Olha você...ela é narrável. Olhe como esqueço você. Olhe como esqueci você. Olhe-me!
Ela pensa por um momento: “ E se ele me segurar pelos ombros e me beijar os lábios?... Eu estarei perdida...”
- Eu ainda não acredito, minha amada!
- O que faz aqui? Devore-me então. Deforme-me à sua imagem para que nenhum outro depois de você entenda meu formato.
- Eu não sei porque retorno.
- Mas eu sei...enquanto as pessoas passam pela ponte, ao longo do rio, seguindo as horas, você vem aqui, depois de tantos anos...me vigiar!
- Talvez tenha razão. Eu quero que você seja apenas minha!
- E a minha vida? Ainda sou jovem...
- Não interessa! Eu te ordeno: Destrua, voluntariamente, todo e qualquer tipo de relação que venha a ter com outros...
- Mas isso eu já tenho feito...
Neste momento a mulher vira para o seu amado e percebe que não há ninguém ali encostado à parede do quarto. Ele sumira. Era agora apenas uma fumaça de cigarro, uma taça inquietante de champanhe.

texto original: Denison Borges
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui