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Artigos-->O Carpinteiro -- 09/04/2000 - 12:41 (Fernando Antônio Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um sexagenário carpinteiro, quase setentão, estava desejoso de gozar uma muito justa aposentadoria, após quatro décadas de uma trabalheira superior a quarenta horas semanais de serviço. Aproveitando um intervalo de almoço, revelou ao chefe imediato os planos de largar tudo para ter uma vida mais calma com sua família, seus netos, passarinhos e dois cachorros pebas. Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal das horas extras e dos demais benefícios, mas ele necessitava daquela aposentadoria, pois sentia ser chegada a hora de curtir uma vida sem lenço nem apontamento.

O dono da empresa do ramo da construção civil lamentou o afastamento de um dos seus empregados. E como tarefa derradeira, encareceu ao quase novo inativo (putz!!) que coordenasse o madeiramento de uma determinada residência, no que foi atendido sem mínimos entusiasmos.

Com o passar do tempo, fácil foi verificar que pensamento e coração do sexagenário não estavam mais voltados para a obtenção de um trabalho bem feito e de boa qualidade. Ele não se esmerava na supervisão dos serviços, permitindo o deitar e rolar de uma mão-de-obra relapsa, que lançava mão de um material de qualidade duvidosa. Uma maneira deveras lamentável de encerrar uma carreira profissional.

Quando a tarefa foi dada por concluída, o empresário entregou as chaves ao futuro aposentado, parabenizando-o na frente dos demais auxiliares:

- Esta casa é sua. Um presente que dou a você pelos seus anos de trabalho prestados à nossa construtora.

Um choque de derrubar elefante e imensa vergonha abalaram as estruturas cardiológicas do veterano operário. Certamente, se soubesse que estava construindo sua própria casa, teria se comportado muito diferentemente, esmerando-se nos menores detalhes. Por ter sido relaxado, ele teria que morar numa casa feita de qualquer maneira, de material secundário, edificada por ele próprio, um desprimoroso cartão de visita para parentes e amigos.

Este fato acontece diariamente com milhões de profissionais. Estruturam suas carreiras mais pra cigarra que pra formiga, reagindo mais que agindo, sempre colaborando menos que o devido. Nos assuntos importantes não empenham seus melhores esforços, esperando sempre levar mais vantagens que os demais.

Imaginemo-nos carpinteiro, percebendo-se autor e ator de uma História que é, sobremaneira, uma propriedade coletiva. A cada martelada num prego novo, um novo cenário se estrutura, uma nova configuração se faz presente, um novo Cosmos se edifica para todos. Mesmo que tenhamos somente mais um dia de vida, façamo-lo vivido graciosamente e com indispensável dignidade.

Nossas vidas atuais são o resultado das nossas atitudes e escolhas feitas no passado. Nossas vidas do amanhã serão a conseqüência das atitudes reestruturadoras que efetivaremos a partir de agora, num start onde as tendenciosidades sejam identificadas, os evangelhos revividos e os ontens superados, embora nunca esquecidos. Sem debiloidismos academicistas, nem posturas chiqueireiras, próprias dos que apenas reproduzem latidos inúteis.

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