O amor não envelhece
Autor: Daniel Fiuza
05/01/2002
O tempo distorce o corpo, inflexível,
Minando sem piedade sua fortaleza,
A sua voracidade e algo incrível,
Devorando a juventude e a beleza.
A mente se embaralha na incerteza,
Murcham as pétalas da felicidade,
No espelho uma imagem sem defesa,
Nos sonhos do passado, só saudade.
Ainda que lhe reste a vida e a vontade,
Flutuando no próprio pensamento,
Na fuga implacável da fria realidade,
Convive com a angústia e o tormento.
Sentindo passar no tempo seu momento,
No abandono afetivo, sofre a solidão,
Não tem mais o amor, seu alimento,
Na sua fome de carinho e dedicação.
No silêncio existencial, chora o coração,
Ainda repleto de bons sentimentos,
A experiência vivida dando sua lição,
Nas boas recordações, e nos sofrimentos.
O tempo no corpo com seus elementos,
Envelhecendo tudo, menos seu interior,
Os sentimentos, da velhice são isentos.
No coração nunca envelhece o amor.
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