Monto e desmonto sua imagem,
peças de um quebra- cabeça.
Às vezes, os fragmentos,
se ajustam com perfeita precisão,
de outras,
quando me foge a atenção,
eles me escapam da mente
e viajam pelo meu corpo,
percorrendo veias, artérias,
nervos, músculos,
As peças fujonas se escondem
no meu dorso, seios, sexo.
Algumas, mais atrevidas,
chegam até o coração,
me deixando agoniada,
louca, doida de aflição.
Me ponho a procurá-las,
tentando juntá-las, todas,
na caixinha da mente.
Ah, quanta insônia nesse trabalho insano!
Depois, quando consigo juntar
de volta todas as peças
do meu mágico quebra-cabeça,
percebo que elas mudaram,
umas estão desbotadas,
sujas, meio amassadas.
Outras brilham, reluzentes,
com as cores renovadas.
Algumas se dilataram.
Outras encolheram, minguaram.
Por isso, a sua imagem,
no quebra-cabeça inventado,
está sempre em transição:
precisa e contraditória,
consistente e ilusória.
Sua imagem me provoca
uma gama de emoções,
e eu, fico com a eterna pergunta:
Quem é você?
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