Pinceladas de gema lá no horizonte,
que tempo pouco se tem para notar,
quiçá feitas pelas mãos do Criador,
preenche a gravura sobre o monte,
mas que num sopro se faz apagar.
Assim vejo e entendo o crepúsculo,
o sol sempre pálido raios não lança,
tem seu morrer na lentidão do sono,
que entanto, fugaz entra no escuro,
como o cansaço adormece a criança.
Reflexos que se perdem pelo cosmo,
dão conta de contrastes ao vapor,
envergando um arco-íris mui perfeito,
e ao vazar o nimbo em tom vermelho,
a voz se me cala com seu resplendor.
Mente inóspita ao grande espetáculo,
não há merecer a harmonia co’a vida,
olhos passa e repassa e só pode ver,
que nublado por certo está seu juízo,
perda que mais tarde haverá sentida.
AdeGa/96
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